WASHINGTON - Vários protestos marcaram o primeiro discurso do presidente dos EUA, Donald Trump, sobre o Estado da União na terça-feira 30 no Capitólio. Enquanto o magnata subia para discursar na Câmara dos Deputados, pessoas que ainda não oficializaram seus documentos no país, mulheres, grupos LGBTs e a chamada "resistência" organizaram eventos para contrapor a fala de Trump.
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No Clube Nacional de Imprensa de Washington, mulheres e um grupo LGBT fizeram um ato sob o nome de "O Estado da Nossa Nação". "Donald Trump está criando um clima hostil para nós. As mulheres do país estão atuando para frear a agenda perigosa desta administração", argumentou Ai-jen Poo, presidente da Aliança Nacional de Trabalhadoras Domésticas.
Ai-jen destacou a unidade e o crescimento do movimento desde a primeira Marcha das Mulheres depois que Trump tomou posse em 2017, e defendeu um país no qual se priorize os valores de igualdade. "Trump busca nos dividir", afirmou.
Um dos participantes do evento foi Catalina, filha de Laura Peniche, mexicana sem documentos e beneficiária do programa Daca. "Estou com raiva do que ele faz com a imigração, porque poderia expulsar minha mãe e, se o fizer, tudo ficará muito ruim", disse a menina de 10 anos de idade.
A poucas ruas dali, foi convocada uma manifestação contra o presidente a fim de que ele pudesse vê-la de dentro do carro oficial. O protesto foi organizado nas redes sociais, no qual 500 pessoas confirmaram presença e mais de 4 mil manifestaram interesse. O ato se manteve na capital dos EUA apesar das vias bloqueadas pela polícia.
Jovens imigrantes sem documentos se reuniram no momento do discurso para criticar as políticas migratórias do líder americano. O protesto buscava demonstrar o que significa para eles a retórica e as políticas executadas por Trump e sua equipe, uma vez que "mataram as perspectivas de uma ata limpa para os sonhadores".
No discurso, Trump pediu apoio dos democratas para aprovar uma reforma do sistema de imigração que regularize a situação de 1,8 milhão de jovens levados ao país quando eram crianças, mas também para reduzir de maneira drástica a entrada legal de imigrantes. / EFE