Putin acusa Ocidente de culpar Rússia por ‘todos os pecados e crimes’ do mundo

Presidente russo também afirmou que a França provocou o veto sobre proposta de resolução para crise na Síria no Conselho de Segurança da ONU para ‘agravar a situação’ a ‘atiçar a histeria anti-russa’

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Por Redação
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MOSCOU - O presidente da Rússia, Vladimir Putin, acusou nesta quarta-feira, 12, o Ocidente de culpar seu país por "todos os pecados e crimes" que são cometidos no mundo, especialmente pela intervenção militar russa na Síria.

"Eles nos acusam de todos os pecados e crimes", disse o líder russo, que garantiu que tanto a Rússia quanto os EUA sabem quem destruiu o comboio humanitário da ONU perto de Alepo, maior cidade ao norte da Síria.

Presidente russo, Vladimir Putin (esq.), em encontro com o líder americano, Barack Obama (dir.), em cúpula do G20 na China Foto: AFP PHOTO / SPUTNIK / ALEXEI DRUZHININ

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Nas palavras de Putin, o comboio humanitário foi atacado por "uma das organizações terroristas” e que “os americanos sabem, mas preferem tomar outra posição e fazer acusações infundadas contra a Rússia". "Isto não ajuda a causa. Como eu já disse, esse comportamento na arena internacional se chama pressão e chantagem. (Essas estratégias) nunca passaram e nunca passarão", comentou o presidente russo.

Em um fórum empresarial realizado em Moscou, o chefe do Kremlin também acusou a França de provocar intencionalmente o veto russo à proposta de resolução francesa sobre a Síria no Conselho de Segurança da ONU para "agravar a situação" e "atiçar a histeria anti-russa". Putin declarou que Paris não tem nenhum motivo para se indispor pelo veto russo, já que o texto colocava "toda a culpa" sobre as autoridades sírias.

O líder russo lembrou que o ministro das Relações Exteriores do país, Serguei Lavrov, disse na semana passada em Moscou ao colega francês, Jean-Marc Ayrault, que a Rússia não vetaria a resolução se levasse em conta o posicionamento do Kremlin, e recebeu uma resposta positiva.

Por outro lado, Putin disse depois de se reunir seguidamente com o secretário de Estado americano, John Kerry, em Washington, que começaram a acusar a Rússia por "todos os pecados" e decidiram levar a resolução, sem mudanças, à votação "claramente esperando o veto" russo.

"É muito difícil dialogar com a atual gestão americana. Praticamente, não há diálogo", disse o presidente russo. Putin acusou Washington de tentar ditar suas condições a outros países, mas se mostrou disposto a ter "relações amistosas com uma potência e uma economia tão grande como os EUA". / EFE

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