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Putin anuncia novas sanções contra Turquia por derrubada de caça russo no ano passado

Presidente russo afirmou que medidas serão no campo da construção e são 'justificáveis'

Atualização:
Uma combinação de imagens mostra momento em que SU-24 russo foi abatido por jatos russos Foto: REUTERS/Reuters TV/Haberturk TV

MOSCOU - O presidente da Rússia, Vladimir Putin, anunciou na segunda-feira 26 que ampliará as sanções contra a Turquia no setor da construção pela derrubada no ano passado de um caça russo SU-24 na fronteira com a Síria.

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"Os atuais contratos (com empresas turcas) seguem em vigor, mas, apesar de tudo, as restrições nesse setor (da construção) serão ampliadas", disse Putin, citado por meios de comunicação locais.

Durante um fórum de sua plataforma eleitoral, a Frente Popular de Toda Rússia, o chefe do Kremlin destacou que, se a Rússia decidiu não romper todos os contratos com a Turquia, foi porque isso teria prejudicado os interesses do país.

Putin estimou em 300 o número de construtoras turcas que operam na Rússia e em US$ 50 bilhões o volume de contratos, alguns deles estreitamente vinculados com as infraestruturas para a Copa do Mundo de 2018, sejam estádios, estradas ou aeroportos.

"Foi uma facada nas costas que foi dada pelos cúmplices dos terroristas" Foto: AP

"O governo tomou a decisão de não assinar novos contratos com empresas turcas e isso, certamente, permitirá a nosso setor da construção aumentar sua pasta de pedidos e exigirá novos quadros especializados", ressaltou o líder russo.

Putin calculou em mais de 87 mil os postos de trabalho que podem ser criados graças à ampliação de sanções contra a Turquia. O presidente russo assegurou que as sanções, da mesma forma que as adotadas por ele contra os alimentos da União Europeia, estão "plenamente justificadas", já que são uma resposta a "ações destrutivas".

O chefe do Kremlin considera que é "praticamente impossível" chegar a um acordo com o presidente turco, Recep Tayyip Erdogan, a quem acusou de dar as costas a Atatürk (Mustafa Kemal, o fundador do atual Estado laico turco) ao abrir caminho para atuação de radicais islamitas na Turquia.

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Como represália, Putin ordenou a adoção de sanções econômicas contra a Turquia, como a suspensão de voos e das viagens de turistas russos, a imposição de vistos, o congelamento de acordos comerciais e o embargo a verduras e frutas.

Além disso, Putin acusou a Turquia de derrubar o avião russo para proteger as vias de provisão do petróleo que o grupo jihadista Estado Islâmico extrai nos territórios sob seu controle na Síria e no Iraque, o que foi negado por Erdogan. /EFE

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