Putin promete oleoduto vital para a China

O oleoduto era disputado pela China e Japão. A promessa de Putin frustra as esperanças de Tóquio de suprir sua demanda energética com petróleo russo

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Por Agencia Estado
Atualização:

O presidente da Rússia, Vladimir Putin, prometeu nesta quarta-feira em visita a Pequim que autorizará a construção de um oleoduto que levará petróleo da Sibéria para abastecer o crescente mercado chinês. O oleoduto russo era disputado pela China e Japão. O projeto original russo prevê um oleoduto que sairia da Sibéria e se estenderia por 4,1 mil quilômetros até o extremo leste do país. O trajeto provocou fortes lobbies entre Japão e China, extremamente dependentes de petróleo importado, para que a Rússia aceitasse estender o oleoduto e facilitar a importação do produto. A promessa feita nesta quarta-feira por Putin a Pequim frustra as esperanças de Tóquio de suprir a demanda energética japonesa com petróleo procedente da Rússia. De acordo com especialistas, é inviável a construção de um oleoduto para suprir tanto a China quanto o Japão, motivo pelo qual Moscou teria que optar por um dos dois mercados. O presidente russo não divulgou detalhes sobre o oleoduto nem mencionou prazos depois de reunir-se com seu colega chinês, Hu Jintao. Funcionários russos comentaram que um estudo de viabilidade precisa ser concluído antes da finalização do projeto. Na terça-feira, Putin já havia prometido expandir o fornecimento de energia à China abrindo uma rede de gasodutos dentro de cinco anos. Apesar de os números oficiais não terem sido divulgados, um funcionário da companhia estatal chinesa de petróleo disse à agência de notícias Dow Jones que o oleoduto será concluído em 2008 e enviará 200 mil barris de petróleo por dia ao nordeste da China. Parcerias estratégicas Os governos dos dois países aproveitaram a reunião entre Putin e Hu, a quinta em menos de um ano, para promover o que chamam de parceria estratégica. Os dois presidentes expressaram posições comuns em disputas internacionais como os programas nucleares do Irã e da Coréia do Norte e não economizaram alfinetadas no que vêem como domínio dos Estados Unidos no cenário mundial. "Compartilhamos uma visão comum na maioria dos assuntos internacionais... de usar cooperação multilateral para alcançar acordos que todas as partes possam aceitar", explicou o chanceler russo, Sergey Lavrov. "E não impor uma questão ou outra na agenda do dia apenas por razões políticas". Antes de retornar à Rússia, Putin, que é faixa preta em judô, fez uma breve visita à cidade chinesa de Shaolin, considerada berço do Kung Fu.

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