Rainha é última alternativa para escolha de premiê

Tradição diz que, em caso de impasse, Elizabeth pode indicar nome, mas chance é remota

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Pela tradição britânica, cabe à rainha Elizabeth II, chefe de Estado e atual ocupante do Palácio de Buckingham, convidar o homem escolhido pelo Parlamento após uma eleição para ocupar o posto de primeiro-ministro e de chefe de governo da Grã-Bretanha. O papel da monarca é protocolar. Se essa escolha não for evidente, diz a história, a rainha deve aguardar o tempo necessário para que os diferentes partidos cheguem a um acordo sobre quem deve assumir o poder. Mas, na total inviabilidade de um consenso, a chefe de Estado teria um papel protagonista a desempenhar.A hipótese é remotíssima, já que todas as alternativas de acordo político - até mesmo a de um governo de minoria do conservador David Cameron -, teriam de ser exploradas. Até mesmo a convocação de uma nova eleição poderia se tornar a prioridade. Mas, segundo a rede BBC, o Palácio de Buckingham estaria se preparando para a hipótese, longínqua, de ter de apontar o primeiro-ministro.Nesse caso, reza a tradição, a rainha não poderia se amparar no atual premiê, Gordon Brown, para obter conselhos, já que o líder do Partido Trabalhista é parte interessada no processo sucessório britânico. Caberia, então, a dois funcionários da monarquia prestar assessoria à rainha sobre quem escolher. Qualquer conselho passaria ainda, diz a emissora de rádio e TV, pelo parecer de juristas e especialistas ligados à academia britânica.Essa "alternativa real", entretanto, tem poucas chances de ser utilizada. Na Grã-Bretanha, a preocupação de manter os poderes independentes e afastados é central, de forma a reforçar o papel dos deputados eleitos pelo povo e com assento no Palácio de Westminster, em detrimento da soberana com poder hereditário. Na prática, o único papel a ser desempenhado pela rainha será aceitar a indicação de Cameron, Brown ou de um terceiro nome, confirmando-o em seu discurso à nação no dia 25.

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