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Raúl Castro denuncia 'retrocesso' na relação Cuba-EUA no governo Trump

Nova política de Trump dificulta viagens de americanos ao país da América Central

Atualização:

HAVANA - O presidente de Cuba, Raúl Castro, afirmou na sexta-feira, 14, que o endurecimento do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, com Cuba é um retrocesso nas relações bilaterais, restabelecidas em 2015 depois de meio século. A declaração foi dada no encerramento da primeira sessão do Parlamento cubano, transmitida pela rede de televisão estatal. 

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Dias antes do segundo aniversário da reabertura da embaixada cubana em Washington, em 20 de julho, Castro reprovou diante do Parlamento a nova política de Trump, que restringe as viagens de americanos à Cuba e proíbe negociações com empresas administradas por militares cubanos.

Trump freou a histórica aproximação iniciada por seu antecessor, Barack Obama, em um discurso realizado no dia 16 de junho passado, em um teatro de Miami, onde estava rodeado por opositores de Castro. 

Raúl Castro (em pé)e o seu irmão, Fidel Castro, no VII Congresso do Partido Comunista de Cuba em abril de 2016. Foto: Agência Cubana de Notícias

Na ocasião, Trump qualificou de "brutal" o governo comunista de Cuba, apoiou a dissidência e condicionou os progressos na relação a concessões em questões ligadas aos direitos humanos. 

Segundo Castro, as novas medidas representam um endurecimento do embargo contra a Ilha, vigente desde 1962, e estão dentro de "uma retórica velha e hostil própria da Guerra Fria". 

O líder cubano denunciou a "manipulação" exercida sobre seu país. "Cuba tem muito do que se orgulhar pelos sucessos alcançados e não precisa receber lições dos EUA nem de ninguém. Qualquer estratégia que pretenda destruir a Revolução, seja mediante coerção, pressões ou métodos sutis, fracassará".

No entanto, Castro reafirmou sua disposição de prosseguir com um "diálogo respeitoso" e com a negociação dos assuntos "bilaterais pendentes sobre a base da igualdade" e do reconhecimento "da soberania e da independência do país". / AFP

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