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Raúl Castro recebe Obama no Palácio da Revolução, em Havana

Depois da reunião em que devem debater o futuro das relações entre os dois países - incluindo temas espinhosos como direitos humanos -, líderes de Cuba e EUA farão pronunciamento conjunto

Por Cláudia Trevisan e Havana
Atualização:

HAVANA - Barack Obama e Raúl Castro apertaram mãos e sorriram um para o outro diante das câmaras nesta segunda-feira, 21, em Havana, antes da reunião no simbólico Palácio da Revolução que deve ser o ponto alto da visita do líder americano à ilha comunista.

Os dois presidentes, que se encontram pela terceira vez desde que a normalização das relações entre os dois países foi anunciada em 2014, devem conversar sobre o futuro do vínculo dos dois países, marcado por profundas diferenças ideológicas. Antes de entrar no Palácio da Revolução, Obama depositou uma coroa de flores no monumento em homenagem ao herói cubano José Martí, localizado na praça de mesmo nome do palácio de governo. Os dois devem fazer um pronunciamento após a reunião.

Raúl Castro e Barack Obama se cumprimentam no Palácio da Revolução, em Havana, durante visita histórica do presidente americano à ilha Foto: EFE/Michael Reynolds

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Na semana passada, em editorial publicado pelo jornal oficial Granma, Cuba afirmou não estar disposta a "negociar" nenhuma mudança em sua política comunista em razão de pressões dos EUA. Por sua vez, Obama espera aproveitar a histórica viagem para discutir com Raúl temas sensíveis para os dois países, como os direitos humanos e as liberdades individuais na ilha.

"Temos diferenças significativas sobre direitos humanos e liberdades individuais. Mas acreditamos que agora podemos potencializar nossa capacidade de promover mais mudanças", afirmou Obama à emissora ABC em Havana. "Mudanças acontecerão aqui e acredito que Raúl Castro entende isso", completou o líder americano, reconhecendo que essas diferenças "não serão vistas da noite para o dia".

A opinião do líder americano sobre o impacto da retomada das relações entre os dois países e da visita do presidente americano ainda divide especialistas. "Não acredito que a visita de Obama tenha impacto imediato na política cubana, muito menos em decisões pontuais do regime no curto prazo", disse Michael Shifter, presidente do centro de análises Diálogo Interamericano.

Agenda. Depois do encontro com o mandatário cubano, o presidente americano terá na tarde desta segunda-feira uma reunião com membros da sociedade civil - incluindo os dissidentes cubanos - na embaixada americana em Havana.

Obama também se reunirá com pequenos empresários, conhecidos na ilha como "cuentapropistas", em evento que terá a participação de empreendedores americanos que acompanham a comitiva presidencial. No mesmo horário, a primeira-dama Michelle Obama será recebida por estudantes do centro cultural Fábrica de Artes.

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Na terça-feira, 22, o presidente americano fará um discurso para o povo cubano que será transmitido ao vivo pela TV estatal. Depois, ele assistirá uma partida de beisebol entre a seleção cubana e o Tampa Bay Rays, da Flórida, atividades que encerram a visita do presidente americano. / COM AFP

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