Rebeldes deveriam pedir ajuda da ONU, diz diplomata líbio

Órgão poderia aprovar zona de exclusão aérea sobre o país africano se houvesse solicitação formal

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CAIRO - O ex-embaixador-adjunto da Líbia na Organização das Nações Unidas (ONU), Ibrahim Dabbashi, afirmou que o órgão poderia apoiar a imposição de uma zona de exclusão aérea sobre a Líbia caso os rebeldes que lutam contra o ditador Muamar Kadafi solicitassem a medida formalmente, segundo informações desta quarta-feira, 2, do canal árabe Al-Jazira.

 

 

Dabbashi, um dos primeiros diplomatas líbios a abandonar o governo em represália à brutal repressão contra os protestos no país africano, disse que a ONU poderia "ser convencida" pela necessidade da medida, que evitaria novos ataques aéreos contra os insurgentes. Kadafi tem usado helicópteros e caças para bombardear seus opositores, ações consideradas como violações de direitos humanos.

 

 

"O que é necessário é que essa decisão seja feita oficialmente e que nós, em Nova York, sejamos notificados para que possamos apresentar a petição", disse. "Acredito que uma zona de restrição aérea, no estágio que estamos, seria um passo importante e qualquer atraso nesse sentido pode significar mais derramamento de sangue", completou o diplomata.

 

 

O Conselho Nacional da Líbia, grupo rebelde organizado no leste do país, advoga por ataques aéreos respaldados pela ONU contra as tropas leais a Kadafi, seguidor disse um porta-voz. "Nos opomos à presença de tropas estrangeiras na Líbia. Há uma grande diferença entre isso e ataques aéreos estratégicos", disse Hafiz Goga, representante dos insurgentes.

 

Funcionários do governo americano já destacaram os riscos militares de se impor uma zona de exclusão aérea sobre a Líbia para ajudar as forças rebeldes, dizendo que a medida não era iminente. Os EUA, porém, reposicionaram seu contingente militar da região mais perto da Líbia.

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Os confrontos na Líbia chegaram ao 16º dia consecutivo nesta quarta-feira, 2. Kadafi se recusa a negociar com os manifestantes e resiste às pressões internacionais para deixar o poder - EUA, União Europeia e o Conselho de Segurança da ONU já aplicaram sanções contra ele, que está há 41 anos no poder.

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