Rebeldes matam pacificador da ONU na República Democrática do Congo

Acredita-se que 30 militantes que invadiram residência do governador e tomaram aeroporto pertençam a milícia étnica

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Atualização:

Reuters

 

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KINSHASHA- Ao menos 30 militantes não identificados atacaram a capital de uma província da República Democrática do Congo neste domingo, 4, em uma batalha que matou um pacificador da ONU no país, afirmaram oficiais da organização.

 

Os insurgentes cruzaram o rio Congo em direção a Mbandaka, capital da província de Equateur, atacaram a residência do governador e tomaram o controle do aeroporto da cidade, disse um oficial da ONU.

 

"Há uma luta pesada acontecendo agora, especialmente ao redor do aeroporto", disse Madnodje Mounoubai, porta-voz da missão MONUC, da ONU, à Reuters, por telefone. "Há também um pacificador da ONU morto", acrescentou a fonte.

 

Segundo Mounobai, um contratante da organização teve um enfarte durante o ataque e morreu.

 

Mais de 100 soldados do Exército do país perseguiram os rebeldes e os expulsaram da residência do governador. Assim, os insurgentes seguiram para o aeroporto onde a MONUC têm aeronaves guardadas.

 

"Há muitos deles e eles nos surpreenderam, mas nós os expulsamos e ele seguiram para o aeroporto", disse o general Janvier Mayanga, comandante operacional do Exército para a região.

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"Nós já começamos um contra-ataque para retomarmos o aeroporto", disse o oficial.

 

Acredita-se que o enfrentamento em Mbandaka não tenha relação com um conflito entre forças da ONU e rebeldes no leste do Congo, mas sim com a violência causada por tensões étnicas no norte do país.

 

"Nós achamos que os militantes são os Enyele, um grupo que começou uma insurgência há seis meses para pedir direitos, mas agora eles não estão fora do país e não sabemos o que eles querem", disse Mounobai.

 

Mais de 200.000 habitantes de Equateur deixaram suas casas nos últimos seis meses devido a violência entre as tribos Lobala e Boba, segundo a agência Refugees International. Os Enyele são uma sub-etnia dos Lobala.

 

Oficiais da ONU e do Exército não souberam afirmar se houve vítimas civis no ataque, mas fontes na área disseram que centenas buscaram abrigos em igrejas depois do atentado.

 

O ataque ocorre no momento em que ONU cogita a retirada dos cerca de 22.000 pacificadores da MONUC da República Democrática do Congo no ano que vem. A maioria das forças da MONUC está no leste do Congo, onde uma missão da ONU tenta erradicar rebeldes hutu.

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