Reeleição ilimitada tem resistência no Equador

Mais de 40 entidades políticas formaram um movimento com o objetivo de evitar uma reforma constitucional que permitiria a reeleição infinita à presidência do país

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Por QUITO
Atualização:
O presidente do Equador, Rafael Correa Foto: Santiago Armas/EFE

Mais de 40 entidades políticas do Equador - entre partidos, sindicatos, associações de classe e organizações da sociedade civil - que fazem oposição ao governo do presidente Rafael Correa formaram um movimento com o objetivo de evitar uma reforma constitucional que, se aprovada, permitirá a reeleição infinita à presidência do país.

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Denominado de Compromisso Equador, o movimento é liderado pelo banqueiro Guillermo Lasso, do partido conservador Criando Oportunidades (Creo, na sigla em espanhol), que em fevereiro de 2013 ficou em segundo lugar, com 20% dos votos, na disputa eleitoral que reelegeu o esquerdista Correa para o terceiro mandato.

O principal objetivo da frente opositora é conseguir assinaturas suficientes para que a reforma constitucional passe por uma consulta popular para ser aprovada ou não - já que na Assembleia Nacional, a governista Aliança País detém 73% dos assentos.

Na quarta-feira, a Corte Constitucional de Guayaquil tinha previsto deliberar sobre a maneira que a reforma proposta pelo oficialismo deve ser ratificada, se pelo Parlamento ou pelo voto popular, de acordo com informações do jornal equatoriano Expreso. No mesmo dia e na mesma cidade, os opositores lançaram o movimento pedindo que a reforma constitucional passe por referendo, no Centro de Convenções Simón Bolívar. O oficialismo propõe que a Assembleia Nacional delibere sobre o novo pacote legislativo.

"Temos o direito de ser consultados sobre qualquer mudança na Constituição", disse Lasso no lançamento da iniciativa, em um discurso afirmando que o Compromisso Equador busca "defender a democracia". Segundo o jornal equatoriano El Comercio, 400 pessoas assistiram ao evento.

Juntamente com conservador Lasso, lideram o Compromisso Equador César Montúfar, do Movimento Concertação, de centro, e Auki Tituaña, ex-prefeito indígena, do Movimento Ruptura dos 25, que representa a "nova esquerda".

Bate-boca.

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Em resposta a uma denúncia feita esta semana por grupos opositores na Comissão Interamericana de Direitos Humanos (CIDH), de que o Judiciário equatoriano é controlado pelo Executivo, o presidente Rafael Correa declarou na terça-feira que não tomará parte "nesses shows tão banais e tão mal montados" que ocorrem "todos os anos" no organismo com sede em Washington. Com a fala, Correa justificou ainda a ausência de uma representação de seu país na CIDH desde o ano passado.

/ EFE e AFP

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