ROMA - Os 101 refugiados sírios do segundo "corredor humanitário", iniciativa da associação católica São Egídio e das igrejas evangélicas, chegaram nesta terça-feira, 3, vindos de Beirute, no Líbano, ao aeroporto de Fiumicino, em Roma, na Itália, onde poderão refazer suas vidas após terem passado vários anos em acampamentos ou amontoados em casas.
Trata-se de 37 famílias sírias e 1 iraquiana que foram selecionadas em razão dos critérios de "vulnerabilidade", como as graves doenças de seus filhos, e por se tratarem de mulheres desacompanhadas.
Durante os últimos meses, a Comunidade de São Egídio se dedicou a selecionar os casos mais graves e este grupo, que se junta aos 93 refugiados que chegaram em fevereiro, se caracteriza pelo grande número de crianças: 44 menores e 10 mulheres que viajam sozinhas com seus filhos e netos.
Os refugiados vêm das cidades de Homs, Alepo, Damasco, Hama e Al Hasaka, região onde viviam os cristãos sírios e que foi arrasada pelos terroristas do Estado Islâmico. Seus novos destinos serão Turim, Roma, Milão, Florença, e pequenas localidades como Terni, Frosinone e Potenza.
Os casos que necessitam de atenção urgente, como o de Layth - menino de dois meses nascido com espinha bífida -, irão para Turim, onde o responsável médico da ONG Mediterranean Hope, que se encarrega junto com a Comunidade de São Egídio de ajudar os refugiados, conta com a colaboração dos médicos dos hospitais da cidade italiana.
A pequena Raghad, de 3 anos e que sofre de talassemia, terá que ser internada com urgência, já que não tomou os medicamentos necessários pois ninguém podia pagar por eles.
O avião da companhia Alitalia, que doou as passagens aos refugiados, saiu do aeroporto de Beirute na madrugada desta terça-feira, mas muitos deles haviam deixado na segunda-feira de manhã os acampamentos de refugiados onde viviam em Trípoli, região norte do Líbano.
Os refugiados chegaram muito cansados no avião e aproveitaram as três horas de voo para dormir.
Chegados ao aeroporto de Fiumicino, os refugiados tiveram que enfrentar de novo horas de espera para que os documentos fossem revisados e as impressões digitais tiradas. Muitos deles ainda aguardam outra viagem rumo a Milão ou Turim, onde só chegarão nesta noite.
Na quarta-feira começa uma nova vida, desta vez em casas onde poderão contar com luz, gás e água corrente, um luxo para muitos deles que nos últimos anos estão vivendo em campos de refugiados que eles mesmos organizaram pagando aluguéis aos proprietários de terras.
Segundo a Comunidade de São Egídio, com este projeto e os recursos arrecadados, os refugiados terão até dois anos para se integrar à sociedade europeia. /EFE