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Reino Unido frustrou plano de assassinato contra Theresa May, diz imprensa

Dois homens presos pela polícia são acusados de planejar ataque com bombas contra a residência oficial da primeira-ministra britânica; ideia seria aproveitar a confusão para esfaquear a chefe do governo britânico

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LONDRES - O Reino Unido frustrou um plano para assassinar a primeira-ministra britânica, Theresa May, em sua residência no número 10 de Downing Street. Segundo a mídia britânica, os suspeitos pretendiam detonar uma bomba diante da residência oficial e, depois, aproveitando a confusão inicial, chegar até a primeira-ministra para matá-la a facadas.

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Monitorar suspeitos de terrorismo é grande desafio

Dois homens foram presos no dia 28 em Londres e em Birmingham, centro da Inglaterra, e tiveram sua primeira audiência ontem. De longos cabelos pretos, Naa’imur Zakariyah Rahman, de 20 anos, confirmou seu nome, data de nascimento e disse que não tinha domicílio fixo. “Sou britânico bengali, sou bengali”, declarou, afirmando ser natural de Bangladesh. Com cabelos curtos e barba, Mohamed Aqib Imran, de 21 anos, disse que era “britânico paquistanês”. Imran também é acusado de tentar se filiar ao Estado Islâmico.

Policiamento foi reforçado nos arredores da residência da premiê britânica, Theresa May Foto: AFP PHOTO / Daniel LEAL-OLIVAS

A descoberta do plano contra a premiê foi revelada quando a ministra do Interior, Amber Rudd, disse, na terça-feira, que “22 complôs terroristas islâmicos” foram frustrados desde o assassinato do soldado Lee Rigby, em Londres, em maio de 2013. Nove deles foram desmantelados desde o atentado cometido em março na Ponte Westminster e em frente ao Parlamento.

Ataque a muçulmanos em Londres é tudo o que o Estado Islâmico queria

“O Reino Unido enfrenta uma ameaça terrorista intensa, que é multidimensional, evolui rapidamente e opera em uma escala e ritmo nunca vistos no passado”, comentou Amber. Segundo ela, mais de 500 investigações ligadas ao terrorismo estão em andamento, envolvendo mais de 3 mil pessoas. Ela acrescentou que mais outras 20 mil já foram investigadas por terrorismo no passado.

Husnain Rashid, um britânico de 31 anos, preso no dia 22, também compareceu ao tribunal ontem. Ele é acusado de publicar no programa criptografado Telegram informações que poderiam ser usadas para realizar ataques contra alvos potenciais, como estádios, mas também contra o pequeno príncipe George, de 4 anos, de quem compartilhou uma foto e o endereço da escola.

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De acordo com a acusação, ele também planejava viajar para a Síria para lutar nas fileiras do EI. A juíza Emma Arbuthnot ordenou sua detenção durante a audiência, na qual ele se recusou a revelar sua identidade. Os três homens devem comparecer ao tribunal penal de Old Bailey, em Londres, no dia 20. Segundo o jornal The Sun, Rashid teria postado a silhueta de um combatente islâmico ao lado de George com uma mensagem sugerindo que os membros da família real não deveriam ser deixados sozinhos.

O Reino Unido sofreu cinco atentados em 2017, que deixaram 36 mortos e mais de 200 feridos. Quatro ataques foram reivindicados pelo Estado Islâmico. Três autores desses atentados estavam no radar das forças de segurança, segundo uma investigação interna que concluiu que a polícia perdeu várias oportunidades de evitar o atentado na Manchester Arena, em maio, que deixou 23 pessoas mortas e 500 feridas. / EFE e AP

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