WASHINGTON - Depois de anos de uma lenta recuperação, a economia americana parece ter finalmente ganhado impulso em 2014, com queda do desemprego, aceleração do crescimento e índices recordes na Bolsa de Valores. Nas últimas semanas, o movimento foi ajudado pela queda brusca no preço da gasolina, que aumentou de maneira indireta a renda do consumidor americano, o principal motor do país.
Em meio à estagnação da maioria das economias avançadas, os Estados Unidos registraram invejáveis 5% de crescimento anualizado no terceiro trimestre de 2013, o mais alto índice em 11 anos. O desemprego caiu em dezembro ao mais baixo patamar desde 2008 - 5,6%- e 2014 foi o melhor ano para geração de postos de trabalho em uma década e meia.
O ponto fora da curva das boas notícias é a renda dos trabalhadores, que está longe de voltar ao patamar anterior à crise financeira de 2008. Ainda assim, houve uma pequena reação em novembro, com alta de 0,4% em relação ao mês anterior. Mas apesar de não terem aumentos significativos de renda, os trabalhadores estão com mais dinheiro no bolso em razão da queda nos custos de assistência médica e no preço da gasolina, que está 50% mais barata do que em meados de 2014.
A mudança na situação econômica se reflete nos índices de aprovação do presidente Barack Obama. Depois de chegar aos mais baixos patamares de sua gestão no último ano, a aprovação do presidente iniciou 2015 em alta, embalada pelos bons números de crescimento e emprego.
Pesquisa divulgada ontem pelo Wall Street Journal mostrou que 45% dos entrevistados estão satisfeitos com a situação da economia. Ainda que 54% tenham se declarado insatisfeitos, a avaliação positiva é a mais alta desde 2006. Na véspera do discurso sobre o Estado da União do ano passado, apenas 28% dos americanos se declaravam satisfeitos com a economia.
“Esse é um momento crucial”, disse Bill McInturff, um dos responsáveis pelo levantamento. “Nós escapamos da grande recessão.” A aprovação de Obama também subiu, ainda que não na mesma proporção que a da percepção econômica. Seu trabalho é aprovado por 46% dos entrevistados, quatro pontos acima do patamar de novembro. Mas com a melhoria na situação do país, a apoio ao presidente deve subir mais nos próximos meses.
O resultado é mais positivo para Obama em levantamento divulgado ontem pelo Washington Post, segundo o qual a aprovação do presidente voltou a 50%, mesmo patamar registrado no início de 2013, logo depois de sua reeleição.