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Roubo de cédulas provoca revisão de controle

Pressão por maior fiscalização da Justiça e da sociedade ocorreu após fraudes em Tucumán em agosto

Por Rodrigo Cavalheiro CORRESPONDENTE e BUENOS AIRES
Atualização:

A pressão exercida por opositores após a tumultuada eleição para governador na Província de Tucumán, em agosto, que chegou a ser anulada e revalidada em uma semana, terá efeito sobre a votação de domingo. Se não haverá uma cédula única com candidatos de todas coalizões, muito menos votação eletrônica, como pediram partidos de oposição, alguns ajustes foram feitos.

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O principal tentará evitar o roubo das cédulas, prática comum porque o eleitor que entra na sala de votação tem sua frente os papéis de todos os partidos. Cada coalizão tem de manter o lugar abastecido, o que dá uma vantagem ao kirchnerismo, único grupo que cobre todas as 39 mil mesas da Província de Buenos Aires, por exemplo.

O remédio encontrado será determinar que o fiscal de mesa entre na sala para comprovar que todos os partidos estão representados cada vez que dez eleitores votarem. Uma sala com cédulas extras deverá estar à disposição nos centros de votação e caminhões do Exército que transportarem as urnas deverão ter GPS.

Em Tucumán, houve registro de fraude na transmissão do resultado da mesa pelos correios e até na recontagem – fiscais foram flagrados entrando com sacolas de cédulas no salão de apuração dias depois da votação. Embora a Justiça Eleitoral tenha validado a eleição, garantindo a vitória do kirchnerista Juan Manzur, as autoridades admitiram irregularidades, mas em volume insuficiente para alterar o resultado. Foram abertos novos canais para denunciar troca de comida por votos e viagem de eleitores trazidos de outros países, sobretudo do Paraguai.

O governo alega que denúncias antecipadas são uma estratégia da oposição para deslegitimar uma vitória kirchnerista, o que em parte é respaldado pelo Centro de Implementação de Políticas Públicas para Equidade e Crescimento. “Desde 1983, os resultados nacionais não são questionados em sua legitimidade, o que torna irresponsável falar em fraude”, diz Julia Pomares, diretora do CIPPEC. 

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