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Rubio se destaca em 3º debate republicano

O senador Marco Rubio fortaleceu ontem sua posição de alternativa da ala tradicional do Partido Republicano na disputa pela vaga de candidato da legenda à eleição presidencial em 2016. Rubio foi o vencedor de um embate direto com o ex-governador Jeb Bush e se mostrou mais assertivo do que seu rival no terceiro debate entre os pré-candidatos à Casa Branca.

Por Cláudia Trevisan , CORRESPONDENTE e WASHINGTON
Atualização:

Ambos se esforçam para sair do patamar de um dígito nas pesquisas e ocupar a posição de oponente preferencial dos dois azarões que lideram a corrida republicana: o neurocirurgião Ben Carson e magnata Donald Trump.

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Bush atacou Rubio por suas ausências em sessões do Senado para cumprir compromissos de campanha. Em resposta, ouviu que não realizou a mesma crítica quando outros parlamentares republicanos fizeram o mesmo em disputas presidenciais anteriores. "Você só está me atacando agora porque estamos disputando a mesma posição", ressaltou Rubio. "Tenho grande admiração pelo senhor e não vou atacá-lo", declarou, para um Bush sem reação.

Pesquisa New York Times/CBS News, divulgada na terça-feira, mostra que Carson lidera a disputa pela nomeação republicana, com 26% das intenções de voto, à frente de Trump, que obteve 22%. Rubio aparece em terceiro lugar, com 8%, seguido por Bush e Carly Fiorina, ambos com 7%.

O governador de Ohio, John Kasich, foi o mais agressivo nos ataques a Trump e Carson. Segundo ele, as propostas de ambos são "fantasias" e "promessas vazias". "Temos de acordar, eleger alguém que tenha experiência e saiba fazer esse trabalho (de presidente)", afirmou.

Trump também foi criticado por um dos moderadores do debate, que considerou suas propostas de reduzir impostos em US$ 10 trilhões e construir um muro na fronteira com o México - a ser pago pelo país vizinho - como "roteiro de uma história em quadrinhos".

A possibilidade de vitória de Carson ou Trump nas primárias deixa a liderança tradicional dos republicanos em pânico. Para esse setor, o lançamento de candidatos extremistas reduzirá as chances de vitória da legenda em 2016 na disputa com Hillary Clinton, que deve ser o nome do Partido Democrata na corrida presidencial.

Mas, se a história se repetir, é pouco provável que um dos dois consiga a nomeação, na opinião de Allan Lichtman, professor da American University e criador de um modelo que previu de maneira correta todos os vencedores de eleições presidenciais americanas desde 1984.

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"O Partido Republicano jamais nomeou alguém que não apenas nunca disputou uma eleição, mas nunca ocupou um cargo público", disse Lichtman, fazendo uma descrição que se aplica a Carson e a Trump.

Em sua avaliação, a legenda terá um nome tradicional para enfrentar um dos dois nas primárias do próximo ano. É essa posição que Bush e Rubio disputam. "Eles tendem a adorar esses rebeldes, mas nunca os escolhem como candidatos", disse o professor.

Além de se sair mal no embate com Rubio, Bush escorregou ao se declarar favorável à regulação governamental de um sistema de "jogos de fantasia" na internet, que está sendo investigado pelo Departamento de Justiça. A posição contrastou com a avalanche de críticas a qualquer intervenção do Estado escutada ao longo de debate.

"Nós estamos sendo atacados pelo Estado Islâmico, temos um déficit de trilhões e ele está falando em regular o futebol de fantasia?", questionou o governador de New Jersey, Chris Christie, que teve uma boa performance no evento promovido pela rede de TV CNBC.

A discussão foi dominada por dois temas caros aos republicanos: corte de impostos e redução do tamanho do governo. Carson defendeu um imposto único de 15%, enquanto o senador Ted Cruz propôs uma alíquota única de 10%.

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