Rússia ameaça derrubar caças americanos após ataque a jato sírio

Em retaliação ao bombardeio, Moscou também suspendeu um canal de comunicação com Washington que tinha como objetivo evitar incidentes entre os dois países, que combatem distintos grupos radicais islâmicos na Síria

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Por Redação
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MOSCOU -  O governo da Rússia ameaçou nesta segunda-feira, 19, derrubar caças da coalizão liderada pelos Estados Unidos na Síria depois de a Força Aérea americana ter abatido um avião de combate do regime de Bashar Assad. Em retaliação, Moscou também suspendeu um canal de comunicação com Washington que tinha como objetivo evitar incidentes entre os dois países, que combatem distintos grupos radicais na Síria.

De acordo com os militares americanos, o jato sírio foi derrubado depois de bombardear posições de grupos apoiados pelos Estados Unidos que combatiam tropas do Estado Islâmico. Foi a primeira vez, desde o início da guerra civil, que um caça sírio foi derrubado por forças americanas. Damasco acusou a coalizão de abater um avião que realizava “uma missão contra o Estado Islâmico”.

Os mísseis russos tinham como alvo posições do EI na cidade síria de Palmyra Foto: Ministry of Defence of the Russian Federation/Handout via REUTERS

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 “Devemos considerar este ataque como uma continuação da política americana que procura ignorar as regras do direito internacional”, declarou o vice-ministro russo das Relações Exteriores, Serguei Riabkov, citado pela agência oficial de notícias Tass. “Se não é um ato de agressão, o que é então? É uma ajuda aos terroristas contra os quais os Estados Unidos afirmam conduzir uma política antiterrorista.”

Logo após a derrubada do avião do regime de Assad irromperam, pela primeira vez, combates entre as tropas leais a Damasco e as FDS, a aliança árabe-curda apoiada pelos Estados Unidos na Província de Raqqa, de acordo com o Observatório Sírio dos Direitos Humanos (OSDH), organização que monitora o conflito.

A tensão na região aumentou desde domingo, quando o Irã disparou mísseis de médio alcance contra o leste da Síria, em meio à ofensiva da coalizão contra a cidade de Raqqa, capital do califado na Síria.

No Iraque, onde forças iraquianas lutam para retomar de EI o controle da cidade de Mossul, os militares iraquianos pediram aos civis que permaneçam em suas casas e exigiram a rendição dos jihadistas. Ontem foi o segundo dia do ataque final para expulsar o grupo Estado Islâmico de seu último reduto urbano do Iraque. 

Avanço. As forças do Exército, do Comando Antiterrorista Iraquiano (CTS) e da polícia federal do Iraque chegaram a entrar por alguns metros na área antiga da cidade, em meio a combates violentos com os jihadistas, afirmou o general Maan al-Saadi, um dos comandantes do CTS.

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No domingo à noite, helicópteros iraquianos lançaram 500 mil panfletos em Mossul, norte do Iraque e segunda maior cidade do país. Mossul é a maior cidade iraquiana ainda sob controle do EI.

Uma reconquista total da cidade antiga permitiria às forças governamentais controlar a totalidade de Mossul, que está nas mãos dos fundamentalistas desde junho de 2014. Essa é a última etapa da ampla ofensiva iniciada há oito meses. / REUTERS e AFP