NAÇÕES UNIDAS - A Rússia e a China vetaram nesta terça-feira, 28, no Conselho de Segurança da ONU um projeto de resolução que tentava impor sanções ao regime da Síria pelo uso de armas químicas no conflito interno no país.
A proposta, que era defendida por Estados Unidos, França e Reino Unido, contou com o apoio de nove países. Outras três nações se abstiveram e três representantes votaram contra, entre eles os de Rússia e China, que exerceram seu direito de veto.
Esta é a primeira vez que os dois países vetam um projeto de resolução no Conselho de Segurança da ONU desde que o republicano Donald Trump chegou à Casa Branca, em 20 de janeiro. A iniciativa estava sendo negociada desde dezembro, impulsionada inicialmente pela França e pelo Reino Unido; os EUA aderiram à proposta posteriormente.
As sanções eram voltadas contra 11 representantes do regime de Bashar Assad e dez instituições por sua vinculação com ataques químicos contra civis na Síria, confirmados por uma equipe especial de investigadores ligada à ONU.
Além de Rússia e China, a Bolívia, que ocupa um dos assentos não-permanentes do Conselho de Segurança, votou contra as sanções, enquanto os representantes de Egito, Etiópia e Casaquistão se abstiveram. Já os representantes de Itália, Japão, Senegal, Suécia, Ucrânia e Uruguai votaram a favor, assim como os dos três países que defendiam a iniciativa.
A Rússia chegou a anunciar que vetaria a proposta, mas o posicionamento que a China adotaria só ficou claro após a votação. "Estou consternado pelo veto à resolução de hoje da Rússia e decepcionado porque a China se uniu a eles", afirmou o embaixador britânico, Matthew Rycroft.
Esta é a sétima ocasião nos últimos cinco anos em que a Rússia veta uma resolução contra o regime sírio no Conselho de Segurança por causa do conflito armado que explodiu no país árabe em 2011.
Antes da votação, o embaixador francês na ONU, François Delattre, defendeu a iniciativa e acusou o regime sírio de "usar repetidamente" armas químicas contra civis, algo que, segundo ele, "continua". "A nossa credibilidade está em jogo", acrescentou o diplomata francês. / EFE