Rússia prorroga visto de permanência de Snowden por 3 anos

Ex-analista da NSA elogia decisão de Obama de conceder perdão presidencial a soldado que ajudou WikiLeaks

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MOSCOU - O governo da Rússia anunciou nesta quarta-feira, 18, a prorrogação da permissão de residência para o ex-analista da Agência de Segurança Nacional (NSA, na sigla em inglês) dos EUA, Edward Snowden. Conhecido por revelar ao mundo os segredos de espionagem do governo americano, ele está na Rússia desde que fugiu de seu país passando por Hong Kong, em 2013. Ele é procurado por traição e por expor segredos de Estado. 

Snowden conversa com estudantes de direito da Universidade de Buenos Aires, em novembro, por meio de videoconferência Foto: REUTERS/Marcos Brindicci

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O anúncio foi feito no Facebook pela porta-voz do Ministério das Relações Exteriores russo, Maria Zakharova, ao ironizar declarações do ex-subdiretor da CIA Michael Morell. Segundo ele, o presidente russo, Vladimir Putin, poderia dar um “presente de posse perfeito” a Donald Trump: a extradição de Edward Snowden.

“O mais divertido é que o ex-subdiretor da CIA não sabe que Snowden acaba de ter sua permissão de residência na Rússia prorrogada por mais alguns anos”, afirmou a diplomata na rede social. O advogado de Snowden, Anatoli Kucherena, afirmou mais tarde que a renovação era por três anos.

Snowden denunciou há três anos detalhes de programas de espionagem de amplo alcance nacional e internacional do governo americano, e se refugiou na Rússia para evitar ser processado nos Estados Unidos.

Segundo o advogado Anatoli Kucherena, o ex-analista da NSA encontrou trabalho na Rússia no setor da tecnologia da informação. Por motivos de segurança, seu paradeiro é mantido em sigilo.

Na madrugada de hoje, Snowden elogiou em sua conta no Twitter a decisão do presidente Barack Obama de encurtar a sentença de prisão da soldado Chelsea Manning, responsável pelo vazamento de segredos do Departamento de Estado para o WikiLeaks.

“Direi aqui de todo o coração: obrigado, Obama”, escreveu Snowden, que vinha defendendo, assim como o fundador do WikiLeaks, Julian Assange, a libertação de Chelsea.

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A Casa Branca afirmou na terça-feira, no entanto, que os dois casos não tem relação e o ex-analista da NSA continua sendo procurado por traição. / AP e REUTERS