Rússia realiza primeiros bombardeios a alvos do EI na Síria

Informação foi confirmada pelo ministério de Defesa russo após Parlamento autorizar ataques nesta quarta-feira; presidente sírio, Bashar Assad, pediu ajuda de Putin em carta

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Atualização:

DAMASCO - O presidente da Rússia, Vladimir Putin, defendeu nesta quarta-feira, 30, a legitimidade da intervenção russa na Síria ao ser solicitada pelas autoridades de Damasco, após o Ministério russo de Defesa anunciar os primeiros ataques contra posições do Estado Islâmico (EI) em território sírio.

Putin ressaltou que a operação aérea russa foi pedida pelo próprio presidente sírio, Bashar Assad. A operação se prolongará enquanto durar a "ofensiva" do Exército sírio contra seus inimigos. 

Arredores de Homs, na Síria, onde a Rússia atacou os primeiro alvos dos Estado Islâmico Foto: AFP PHOTO / MAHMOUD TAHA

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"Nós entramos neste conflito de cabeça. Para começar, apoiaremos o Exército sírio exclusivamente em sua legítima luta contra os grupos terroristas", disse o presidente russo durante uma reunião do governo. Além disso, acrescentou Putin, "esse apoio será efetuado desde o ar sem participação em operações terrestres".

A Rússia informou a "todos seus parceiros" sobre suas ações na Síria, especialmente aos países do Oriente Médio integrados no centro de coordenação antiterrorista de Bagdá, criado recentemente por Moscou com a Síria, Irã e Iraque.

"A única via acertada para combater o terrorismo internacional, já que tanto na Síria como nos países vizinhos ostentam livremente os grupos terroristas internacionais, é atuar de maneira preventiva", disse o presidente russo.

Putin sustentou que é preciso "lutar e liquidar os terroristas e guerrilheiros nos territórios já capturados, e não esperar que venham até nossas casas".

O russo garantiu que os países que intervêm agora na Síria, em alusão aos bombardeios dos EUA, França e Austrália, entre outras nações, não contam nem com o mandato do Conselho de Segurança da ONU e nem com a autorização do país em questão, neste caso Síria.

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No entanto, a Rússia "considera possível e oportuno unir as forças de todos os países interessados na luta contra o terrorismo internacional e fazer este trabalho com base nos princípios da ONU".

O Ministério de Defesa confirmou que aviões militares russos efetuaram os primeiros ataques aéreos "precisos" contra as posições do EI na Síria "por decisão do Comandante Supremo das Forças Armadas da Rússia, Vladimir Putin".

Os alvos dos bombardeios russos são "armamento pesado, fios de comunicação, meios de transporte e arsenais de armas, munição e materiais explosivos pertencentes aos terroristas do EI".

A Síria também confirmou a ajuda militar da Rússia para "lutar contra o terrorismo". "As forças aéreas russas foram enviadas à Síria após um pedido do Estado sírio mediante uma carta de Assad", afirma um comunicado da presidência síria. O pedido é parte "da iniciativa do presidente Putin para lutar contra o terrorismo", completa a nota.

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Em seu primeiro discurso perante a Assembleia Geral da ONU após dez anos de ausência, Putin considerou um "grave erro" não ajudar a Assad.

Contato. Um funcionário da Rússia informou na primeira hora desta quarta-feira a embaixada dos EUA em Bagdá, no Iraque, que o exército russo começaria a bombardear posições do EI na Síria, informou o porta-voz do Departamento de Estado, John Kirby.

Em comunicado, Kirby indicou que o Departamento de Estado está ciente das notícias dadas por diferentes meios de comunicação americanos, de que o exército russo lançou seu primeiro bombardeio perto da cidade de Homs, mas não quis confirmar essa informação.

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Ele explicou que o funcionário russo pediu à embaixada dos EUA no Iraque que os aviões americanos evitem entrar no espaço aéreo sírio durante as missões de seu país contra o EI. 

"A coalizão liderada pelos Estados Unidos continuará com suas missões sobre o Iraque e a Síria como estava previsto e em apoio a nossa missão internacional para deteriorar e destruir o Estado Islâmico", acrescentou o porta-voz da diplomacia americana. / EFE e AFP

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