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Santos decreta cessar-fogo permanente com as Farc

Prevista no acordo anunciado na quarta- feira, trégua está marcada para dia 29

Atualização:

BOGOTÁ - O presidente colombiano, Juan Manuel Santos, determinou nesta quinta-feira, 25, o cessar-fogo definitivo com as Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc), um dia depois da formalização do acordo de paz entre o Estado colombiano e a guerrilha. A medida é um dos passos previstos pelo acordo e entrará em vigor na segunda-feira. O texto final do acordo foi entregue ao Congresso. 

“Como comandante-chefe das nossas forças militares, ordenei o cessar-fogo definitivo com as Farc a partir da meia noite de 29 de agosto”, disse Santos na escadaria do Congresso colombiano. “Com isso, termina o confronto armado com as Farc.”

O conflito entre o governo colombiano e as Farc é o mais longo da América Latina e dura mais de 50 anos; neste período, mais de 220 mil pessoas foram mortas Foto: REUTERS/John Vizcaino

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O acordo foi assinado na noite de quarta-feira em Havana, Cuba, após quase quatro anos de negociações. Ao longo de todo o período, o Exército colombiano continuou atacando as Farc, apesar de algumas tréguas temporárias - algumas unilaterais - terem sido decretadas ao longo do período, principalmente a partir de 2014. 

Ultimamente, o governo tinha deixado de bombardear posições das Farc na selva colombiana e mantinha apenas o confronto a nível local com guerrilheiros. 

Cerimônia. Acompanhado por crianças políticos e membros do governo, cercado por bandeiras colombianos, Santos deixou a Casa de Nariño - sede do Executivo do país - e caminhou até o Congresso para entregar o acordo. Agora, cabe ao Parlamento organizar o referendo no qual a população dirá se concorda com o pacto de paz.   “É um feito histórico que mudará a Colômbia para melhor”, disse o presidente. “Ontem, mesmo sancionei a lei do referendo aprovada pelo Congresso e validada pela Corte Constituciona. Cabe agora ao Congresso marcar a data.”

Santos ainda defendeu sua iniciativa de submeter o acordo a uma votação, o que, por lei, ele não era obrigado a fazer. “Tinha a obrigação moral de apoiar esse referendo porque sou um democrata e acredito que o povo deve ter a última palavra”, acrescentou. 

Na avaliação do presidente colombiano, a paz é melhor do que a guerra e o novo período da história da Colômbia que começa com o acordo vai “tirar o medo” das pessoas. “Os deslocados poderão retornar às suas áreas e poderão ter uma vida digna”, prometeu o presidente. 

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Apoio. O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, parabenizou Santos pelo acordo de paz . “Os EUA estão orgulhosos de apoiar a Colômbia em sua busca pela paz. Esse dia é um momento decisivo no que será um longo processo para implementar plenamente um acordo de paz justo e durável, que pode promover a segurança e a prosperidade para o povo colombiano”, disse Obama a Santos em um ligação telefônica realizada hoje, informou a Casa Branca.

O presidente francês, François Hollande, também elogiou o acordo entre Colômbia e Farc. “Celebramos esse acontecimento histórico que abre caminho para a resolução de um conflito que deixou várias centenas de milhares de vítimas”, disse Hollande em nota. “A França apoiou a Colômbia durante toda a negociação.”/ AFP, REUTERS e EFE