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Segunda garota que havia sido sequestrada pelo Boko Haram é encontrada

Na terça-feira, outra menina foi encontrada por tropas e milícias de autodefesa na floresta de Sambisa, no nordeste da Nigéria

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Por Redação
Atualização:

ABUJA - Uma segunda menina do grupo de estudantes de Chibok sequestradas pelo Boko Haram há mais de dois anos foi resgatada, anunciou o Exército nigeriano na quinta-feira. Em nota, um porta-voz do Exército, o coronel Sani Usman, "confirmou o resgate de outra das meninas de Chibok esta noite".

"Seu nome é Serah Luka. Estava no número 157 da lista de meninas sequestradas. Acreditamos em que se trata da filha do pastor Luka", acrescentou. Originária de Madagali, no Estado vizinho de Adamawa, ela estudava em Chibok dois meses antes de ser levada pelo Boko Haram, indicou o Exército.

Serah Luka, originária de Madagali, no Estado vizinho de Adamawa, estudava em Chibok dois meses antes de ser levada pelo Boko Haram Foto: AFP PHOTO / Nigerian Army

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A primeira das 219 garotas sequestradas, Amina Ali, foi encontrada na terça-feira por tropas e milícias de autodefesa perto do bastião do Boko Haram na floresta de Sambisa, no Estado de Borno, no nordeste da Nigéria.

O Exército relatou que Amina Ali foi levada para Maiduguri, capital de Borno, em um helicóptero militar de um quartel de Damboa, junto com seu bebê de quatro meses, Safiya, e com um homem que se apresentou como seu marido. O Exército acredita que ele seja o "suposto terrorista" do Boko Haram Mohamed Hayatu.

"Antes foram examinados por um médico da Força Aérea, e seu estado de saúde é considerado estável, com uma tensão normal", declarou na quarta-feira o porta-voz Sani Usman, em um comunicado. O Exército publicou fotos, nas quais se vê a jovem com seu filho nos braços, recebendo cuidados médicos.

Amina, de 19 anos, e sua mãe, Binta Ali, foram levadas de avião para Abuja, onde se reuniram com o presidente Muhammadu Buhari na quinta-feira em sua residência oficial. No encontro, o chefe de Estado disse que o governo está fazendo "todo o possível para resgatar o restante das meninas de Chibok".

"O resgate de Amina nos dá uma nova esperança e oferece uma oportunidade única para (obter) informação vital", afirmou Buhari em um comunicado.

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"Ela expressou seu reconhecimento para com Deus, o governo e todos que participaram do resgate e da descoberta de sua filha. Ela nunca pensou que iria vê-la de novo", declarou à imprensa a intérprete em inglês de Binta.

Amina passou mais de dois anos como prisioneira do Boko Haram. Quando foi sequestrada, tinha 17 anos. Segundo a intérprete de Binta, a menina é a mais jovem de uma família de 13 filhos, dos quais 11 faleceram antes de completar 4 ou 5 anos de idade.

"Isso quebrou seu coração e ela ficou destruída com o fato de Amina também ter sido arrancada dela, depois de vê-la crescer e atingir a idade que tinha na época", completou a intérprete.

O marido de Binta e pai de Amina, Ali, morreu pouco depois do sequestro, de acordo com os líderes comunitários de Chibok.

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Depois de sua libertação, Amina contou - segundo o movimento "BringBackOurGirls" ("Tragam nossas garotas de volta", em português) - que as demais continuam presas na floresta de Sambisa, onde os islâmicos têm vários acampamentos. Seis delas morreram. Outros reféns libertados garantiram ter visto as meninas de Chibok no local.

Em abril de 2014, militantes do Boko Haram sequestraram 276 garotas de uma escola de Chibok. O sequestrou comoveu o mundo. Desse total, 57 conseguiram escapar poucas horas depois do ataque, mas não se teve notícia das outras 219 até a divulgação de uma gravação em maio de 2014. Em abril, o grupo enviou uma mensagem como "prova de vida" ao governo nigeriano.

Desde 2009, o Boko Haram sequestrou pelo menos 2 mil pessoas e cerca de 20 mil morreram. Algumas das reféns foram obrigadas a se casar e acabaram transformadas em escravas sexuais. Vários homens jovens também foram obrigados a se alistar. ONGs e ONU pediram medidas de reinserção para as reféns resgatadas e para seus filhos, vítimas do "estigma, do ostracismo e da rejeição" de uma sociedade muito conservadora. /AFP

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