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Senado dos EUA aprova conservador como novo secretário de Justiça

O senador republicano Jeff Sessions é conhecido por suas posições radicais contra minorias, imigrantes, contra o casamento gay e vários direitos civis

Atualização:

WASHINGTON - O Senado dos EUA confirmou nesta quarta-feira o nome do senador republicano Jeff Sessions, do Alabama, como novo secretário de Justiça. Sessions, de 70 anos, é conhecido por suas posições radicais contra minorias, imigrantes, contra o casamento gay e vários direitos civis.

Ele foi aprovado após um intenso debate por um placar apertado: 52 a 47. Na noite anterior, a democrata Elizabeth Warren tentou ler uma carta escrita em 1986 por Loretta King, viúva de Martin Luther King, com críticas a Sessions, mas foi impedida pelo líder do Senado, o republicano Mitch McConnell. Na mensagem, ela acusa Sessions de tentar suprimir o voto de negros no Estado. Na ocasião, as acusações lhe custaram a nomeação como juiz federal.

Jeff Sessions é confirmado como secretário de Justiça do governo Trump Foto: ZACH GIBSON/AFP

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Em audiência ao Senado, Sessions declarou que está decidido a exercer um papel de contrapeso no futuro governo americano e a dizer “não” a Trumpse ele “se exceder” em seu poder.

Sessions afirmou também que cumprirá a decisão da Suprema Corte que autorizou, em 2015, o casamento gay em todo o território americano e se comprometeu a proteger os direitos de gays, lésbicas e transexuais. O senador também afirmou considerar que a decisão em que o Tribunal reconheceu o direito ao aborto ou interrupção voluntária da gravidez “viola a Constituição”, mas ressaltou que respeitará as leis do país.

Senador pelo Estado do Alabama durante 20 anos e conhecido por suas duras posições em relação à imigração, Sessions defendeu a independência do Departamento de Justiça dos EUA e considerou que qualquer um que desempenhar esse cargo deve estar “comprometido a seguir a lei” e ser fiel à Constituição do país.

“(Essa pessoa) deve estar comprometida a seguir a lei. Ele ou ela devem estar dispostos a dizer ‘não’ ao presidente se este se exceder. Não deve ser uma pessoa que autoriza sem questionar”, afirmou Sessions. 

Em sua declaração, Sessions rotulou de “falsas” algumas das acusações que foram feitas contra ele, como a de que perseguiu defensores dos direitos civis dos afro-americanos e apoiou o grupo racista Ku Klux Klan durante sua etapa como procurador do distrito sul do Alabama (1981-1993).

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“Abomino o Ku Klux Klan, o que ele representa e sua ideologia de ódio”, garantiu Sessions, que não mencionou em sua declaração as constantes interrupções dos manifestantes. O senador focou seu discurso na “perigosa tendência” de aumento do crime que os EUA estão vivendo nos últimos anos. / REUTERS

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