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Separatistas pró-Rússia elegem líderes no leste da Ucrânia

O presidente Petro Poroshenko, os EUA e a União Europeia qualificaram a votação como ilegítima, o que deve aumentar ainda mais as tensões com Moscou

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Por Redação
Atualização:

DONETSK, UCRÂNIA - Rebeldes pró-Rússia votaram para criar uma liderança separatista no leste da Ucrânia neste domingo, 2, com o objetivo de aproximar a região em conflito dos russos e desafiando Kiev e potências ocidentais, ao mesmo tempo em que o bombardeio continuava na região.

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O presidente Petro Poroshenko, os EUA e a União Europeia (UE) qualificaram a votação como ilegítima, o que deve aumentar ainda mais as tensões com a Rússia.

A eleição separatista de um líder e um Conselho do Povo é o mais recente desdobramento do impasse entre a Rússia e o Ocidente, iniciado com a queda, em fevereiro, do presidente ucraniano apoiado pelos russos, substituído por um governo próximo dos europeus.

Em Donetsk, cidade industrial no leste da Ucrânia e reduto dos separatistas, as pessoas fizeram filas nos centros de votação. Música soviética era tocada em alto-falantes em frente a uma das zonas eleitorais, onde sacos de cenoura, batata e repolho eram vendidos por preços baratos.

"Somos cidadãos de Donetsk e não queremos viver sob o governo de Kiev, que virou as costas para nós", disse Sergei Kovalenko, 58 anos, um guarda de segurança que votava com a mulher.

"Nossas indústrias e fábricas ganharam prestígio na União Soviética. Agora, estamos as ressuscitando depois de anos de negligência e do bombardeio que tem destruído muito por aqui", disse a mulher de Sergei, Lyudmila, 59 anos, professora.

Um dos bombardeios de artilharia mais intensos das últimas semanas foi ouvido na região, onde predominantemente se fala russo, horas antes do início da votação.

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Kiev diz que a eleição viola o protocolo de Minsk, que fundamenta um cessar-fogo entre os rebeldes e as tropas ucranianas.

Embora violado esporadicamente, o cessar-fogo permitiu que uma impressão de normalidade retornasse a Donetsk, depois da violência que matou mais de 3,7 mil pessoas na região. / REUTERS 

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