Servidores mexicanos são destituídos e inabilitados por 10 anos pela fuga de 'El Chapo'

Seis funcionários públicos que trabalhavam diretamente ou indiretamente na prisão de Altiplano foram punidos por não tomarem medidas necessárias quando souberam da fuga do narcotraficante

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CIDADE DO MÉXICO - Seis funcionários públicos mexicanos foram destituídos de seus cargos e inabilitados por dez anos por responsabilidade na fuga do narcotraficante Joaquín "El Chapo" Guzmán em julho do presídio de Altiplano, informou a Secretaria da Função Pública.

As sanções foram anunciadas após uma investigação de cinco meses que não chegou à Comissão Nacional de Segurança, já que não foram encontrados ainda "elementos materiais sólidos" a respeito, afirmou em entrevista coletiva o titular da Secretaria, Virgilio Andrade.

Chapo Guzmán foi recapturado em uma casa em Sinaloa, no México, após confronto entre traficantes e fuzileiros navais Foto: EFE

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A coordenadora-geral de Centros Federais de Readaptação Social, Celina Oseguera, foi acusada por não ter realizado "o conjunto de ações para que funcionassem os sistemas (da prisão) de forma eficaz". Além disso, realizou uma sessão extraordinária no final de 2014 na qual se tomou a decisão de proporcionar um televisor ao líder do Cartel de Sinaloa, o que esteve "fora da normalidade", de acordo com Andrade.

Nessa reunião participou o então diretor-geral do presídio, Valentín Cárdenas, que foi responsabilizado por ter omitido a coordenação com as forças de segurança de maneira pertinente, assim como os problemas com a visualização do monitor, entre outras acusações.

Já a diretora técnica e titular da área jurídica do presídio, Leonor García, foi responsabilizada por não ter declarado o estado de alerta máximo de maneira imediata quando soube da fuga do traficante.

Por sua vez, o oficial em prevenção da penitenciária, Esteban Estrada, não atendeu as ligações efetuadas do Centro de Monitoração nem ativou o alerta geral "após ter feito verificações físicas correspondentes", detalhou o secretário da Função Pública. 

Acusações similares foram feitas contra o supervisor penitenciário, Juan Ignacio Quarenta, que não ativou "de maneira imediata" o protocolo de atuação relacionado com este tipo de caso.

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Por último, o supervisor Roberto Cruz também foi acusado por não atuar com "prontidão" para ativar o código vermelho, assim como por "não realizar uma vigilância permanente e minuciosa na área que lhe correspondia sem deixar alguém que cobrisse sua ausência".

Em 11 de julho "El Chapo" fugiu da prisão de segurança máxima de Altiplano por um túnel de 1,5 quilômetros que ligava a ducha de sua cela com uma casa em construção nos arredores da prisão. Em 8 de janeiro o traficante foi recapturado e voltou a ser enclausurado no mesmo presídio.

As penas impostas aos seis funcionários, que são processados pela fuga, são as máxima permitidas no âmbito administrativo, de acordo com a lei federal, especificou Andrade. / EFE

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