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Seul dispara tiros de advertência após incursão marítima da Coreia do Norte

Pyongyang manteve alta a tensão nesta segunda-feira com a incursão de uma patrulheira em águas sul-coreanas, um dia após lançar um foguete de longo alcance

Atualização:

SEUL - A Força Naval da Coreia do Sul realizou vários disparos de advertência ao ar e o Exército elevou seu alerta após um barco patrulha norte-coreano entrar em águas sul-coreanas por 20 minutos, informou o Ministério da Defesa de Seul. 

A Coreia do Norte manteve alta a tensão nesta segunda-feira com a incursão de uma patrulheira em águas sul-coreanas, um dia após lançar um foguete de longo alcance - ação que foi duramente condenada pelo Conselho de Segurança da ONU.

O lançamento dosatélite foi feito no dia 7eanunciado em rede de TV estatal Foto: AFP

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A fronteira marítima ocidental entre as duas Coreias no Mar Amarelo, conhecida como Linha Limite do Norte (LLN), foi nos últimos anos palco de conflitos entre Seul e Pyongyang, que não reconhece a demarcação estabelecida ao término da Guerra da Coreia (1950-53).

Finalmente a patrulheira retornou a águas norte-coreanas, após um incidente que ganhou especial relevância por ter acontecido um dia depois do lançamento de um satélite a bordo de um foguete espacial pelo regime de Kim Jong-un.

O lançamento, considerado uma prova de mísseis encoberta, recebeu resposta internacional em reunião de emergência do Conselho de Segurança da ONU.

O principal órgão executivo das Nações Unidas, reunido de emergência no domingo a pedido de Coreia do Sul, Estados Unidos e Japão, condenou o lançamento da Coreia do Norte e anunciou que trabalha para aprovar "o mais rápido possível" uma nova resolução que inclua mais sanções ao país.

Após o comunicado da ONU, o governo sul-coreano deu um novo passo em sua campanha de pressão e anunciou que enviará esta semana seu ministro de Relações Exteriores, Yun Byung-se, à sede das Nações Unidas, em Nova York.

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O chanceler pressionará o secretário-geral da ONU, o também sul-coreano Ban Ki-moon, e o Conselho de Segurança para que a nova resolução seja definida o mais rápido possível e nos termos mais duros possíveis.

Analistas sul-coreanos avaliaram que os EUA poderiam aumentar a pressão sobre a China para que restrinja o fornecimento de petróleo, matérias-primas e outros bens à Coreia do Norte, seu aliado histórico.

Hoje foram divulgados mais dados sobre o Kwangmyongsong-4, o novo satélite espacial que a Coreia do Norte pôs em órbita sobre a terra, o segundo do país - o primeior foi lançado ao espaço em dezembro de 2012. 

O Exército americano confirmou hoje que detectou dois objetos em órbita - um deles esse satélite - e seus especialistas previram que o dispositivo dará voltas ao globo durante vários anos.

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O que continua sendo uma incógnita é se o novo artefato espacial da Coreia do Norte é funcional e se efetivamente se trata de um satélite de observação terrestre como afirma o regime de Kim Jong-un.

Pyongyang anunciou que seu satélite leva "equipamentos de medição e de telecomunicações necessários para a observação da Terra" e orbita a 500 quilômetros de altitude.

No entanto, o Serviço de Inteligência da Coreia do Sul (NIS) assegurou no domingo na Assembleia Nacional de Seul que o satélite pesaria 200 quilos, o que significaria que o artefato não seria operacional por ter um tamanho muito reduzido.

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Assim, a Coreia do Sul reafirmou sua tese de que a nova aventura espacial do regime de Kim Jong-un foi um mero teste de mísseis, e portanto uma violação das resoluções com que a ONU castigou seus provas armamentícias e nucleares anteriores. / EFE

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