SAN ANTONIO, EUA - Um dos sobreviventes do caminhão encontrado com imigrantes ilegais em San Antonio, no Texas, relatou à polícia e à agência Associated Press que os traficantes responsáveis pela viagem prometeram um transporte com ar condicionado.
No entanto, a viagem de duas horas, que começou na cidade de Laredo, na fronteira com o México, foi feita no baú de um caminhão que já estava quente antes de eles entrarem. A jornada terminaria 240 quilômetros depois, com 10 mortos e 21 internados.
O mexicano Adan Lara Vega, de 27 anos, relatou que, além de quente, o caminhão estava muito escuro quando os cerca de 90 imigrantes embarcaram – a maioria era do México. Naquele dia, a temperatura passava de 37ºC. Segundo ele, não demorou muito para os passageiros começarem a chorar e a implorar por água. As crianças soluçavam, contou.
Espremidos, os passageiros se revezavam para respirar por um buraco da lataria. Eles começaram a esmurrar um dos lados da carroceria e a gritar para tentar chamar a atenção do motorista. Então, começaram a desmaiar.
“Depois de uma hora, eu ouvi pessoas chorando e pedindo por água. Eu também estava suando e as pessoas estavam se desesperando. Foi quando eu perdi a consciência”, relatou Lara Vega, de sua cama de hospital.
Quando a polícia chegou ao estacionamento do supermercado Walmart, em San Antonio, à 0h30 de sábado, e checou a traseira do caminhão, oito dos passageiros já estavam mortos e dois morreriam em seguida.
A maioria dos imigrantes contratou atravessadores no México para ajudá-los a cruzar a fronteira, escondê-los em casas e embarcá-los no caminhão rumo ao norte dos EUA. / AP