Suíça e EUA investigam caso de corrupção em estatal venezuelana

Berna já entregou ao Tesouro americano US$ 51 milhões; suspeita é de que desvios cheguem a US$ 11 bi

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Por Jamil Chade CORRESPONDENTE e GENEBRA
Atualização:

A Justiça americana suspeita que um esquema de corrupção na Petróleos de Venezuela S. A. (PDVSA), a estatal petrolífera venezuelana, possa ter desviado até US$ 11 bilhões. Uma série de investigações foi aberta por iniciativa de cortes dos EUA e, nos próximos meses, indiciamentos contra diversos executivos e operadores devem ser anunciados. Na terça-feira, a primeira etapa do confisco de bens começou a ser realizado, com a decisão suíça de repassar aos cofres americanos cerca de US$ 51 milhões. 

No total, Berna indica que já confiscou cerca de US$ 118 milhões em nome de suspeitos venezuelanos. “No dia 11 de outubro de 2016, o Departamento de Justiça ordenou a entrega de US$ 51 milhões”, indicou o Executivo suíço em uma nota oficial. “Os ativos foram transferidos para o Tesouro americano uma semana depois. O restante dos ativos - cerca de US$ 67 milhões - continuam congelados”, explicaram os suíços.

Nicolás Maduro, presidente da Venezuela, pediu suspensão da imunidade parlamentar no país Foto: AP Photo/Ariana Cubillos, File

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Mas a Justiça dos EUA já indicou que poderia fazer um dos maiores confiscos de sua história, com ativos e propriedades em nome de pessoas envolvidas no caso. Pelo menos dez venezuelanos passaram a ser alvo da investigação americana, incluindo um ex-presidente da estatal. Eles são suspeitos de terem recebido propinas de operadores para garantir contratos. Uma lista inicial de propriedades nos EUA foi estabelecida, envolvendo mais de 20 residências, incluindo mansões em locais de luxo como West Palm Beach. A lista ainda tem de jatos privados a fundos de investimentos.

Entre os fornecedores com contratos sob investigação estão a General Electric e a Rolls-Royce. Já o dinheiro da suposta propina teria passado por bancos como o Citigroup e o JPMorgan Chase.

Nos EUA, pelo menos um venezuelano, Roberto Rincón, admitiu ter integrado um esquema de US$ 1 bilhão em propinas para garantir acordos de empresas com a PDVSA. Na Venezuela, a oposição alega que busca recuperar cerca de US$ 11 bilhões que teriam sumido dos caixas da PDVSA entre 2004 e 2014, quando o hoje embaixador na ONU, Rafael Ramírez, comandava a estatal.

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