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Suspeita de ataque na Califórnia estudou em escola muçulmana no Paquistão

Tashfeen Malik estudava farmácia no Instituto Internacional Al-Huda, mas segundo uma das professoras, ela foi embora e não concluiu o curso

Atualização:

MULTAN, PAQUISTÃO - Autoridades de inteligência do Paquistão informaram nesta segunda-feira, 7, que a mulher do atirador que matou 14 pessoas em um centro de assistência social em San Bernardino, na Califórnia, Tashfeen Malik, frequentou uma escola muçulmana enquanto morava no Paquistão, onde estudou farmácia na cidade de Multan.

Uma das professoras do Instituto Internacional Al-Huda, uma das escolas religiosas mais conhecidas do Paquistão, disse que a instituição recebe mulheres de classe média que desejam aprender mais sobre o islã. "Era um curso de dois anos, mas ela não concluiu. Era uma boa garota. Não sei por quê foi embora, nem o que aconteceu", afirmou. A escola possui filiais nos EUA, Canadá, Grã-Bretanha, Índia e Emirados Árabes.

Tashfeen Malik, mulher deSyed Farook, participou doataque a umcentro de assistência social em San Bernardino, Califórnia Foto: AFP PHOTO

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O fundador da instituição, Farhat Hashmi, que agora vive no Canadá, tem sido criticado por promover uma linha mais conservadora do islã, e até mesmo próxima a dos taleban. Um diretor do Al-Huda não confirmou nem desmentiu a informação. "Em todo caso, não temos nada a que ver com isto (o tiroteio) e não somos responsáveis por nossos estudantes", disse. A escola não possui nenhuma ligação conhecida a extremistas.

Farrukh Chaudhry, porta-voz da instituição, disse que não podia confirmar se Malik havia estudado em Al-Huda até obter os registros porque há uma grande quantidade de estudantes na escola, disse.

De acordo com a polícia, Tashfeen, que tinha visto para morar nos EUA, mas passou longos períodos no Paquistão e na Arábia Saudita, pode ter radicalizado o marido. Os investigadores tentam determinar se ela teve contato com islamistas radicais em alguns desses países.

Tashfeen estudou na Universidade Bahauddin Zakariya de Multan entre 2007 e 2013 e, segundo ex-colegas, foi neste período que frequentou o Instituto Al-Huda. "Pouco a pouco foi se tornando mais séria e estrita", disse um estudante, que pediu anonimato, segundo o qual ela "mudou drasticamente".

Autoridades do Paquistão prometeram atuar contra as escolas religiosas suspeitas de difundir o islã radical, mas suas tentativas esbarraram nos líderes religiosos que acusam o governo de atacar o islã.

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Tashfeen e seu marido americano foram mortos após atacar o centro de assistência social na quarta-feira em San Bernardino, Califórnia. /AFP e ASSOCIATED PRESS

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