O Taleban desmentiu no domingo, 15, ter matado a filha e estuprado a esposa do refém canadense libertado Joshua Boyle, como ele acusou ao retornar ao Canadá, depois de cinco anos de cativeiro no Afeganistão e Paquistão. O grupo alega que a morte do bebê aconteceu por um "aborto" natural.
+Família sequestrada no Afeganistão em 2012 é libertada por forças paquistanesas
"As acusações do refém canadense contra os mujahedines do Emirado islâmico carecem de fundamento", anunciaram os talibãs em comunicado de seu porta-voz, Zabihulah Mujahid, publicado na Internet. "Durante sua detenção e até sua libertação, o marido e a mulher nunca estiveram separados, precisamente para não alimentar as suspeitas."
O grupo diz ainda que o aborto ocorreu porque o lugar era isolado, não havia médicos. "Ninguém nunca assassinou um filho deste casal e ninguém nunca os violou ou maculou", acrescenta.
Boyle assegurou em sua chegada ao Canadá na sexta-feira à noite que seus sequestradores da rede Haqqani, ligada ao Taleban, mataram sua filha e estupraram sua esposa. O canadense chegou a Toronto com a esposa, a americana Caitlan Coleman, e seus três filhos, dois meninos de quatro e dois anos, e uma menina de quatro meses, todos nascidos durante o cativeiro.
Segundo Boyle, a filha morreu e a esposa foi estuprada depois que ele recusou "uma oferta" dos sequestradores, que não detalhou. Boyle assegurou que o assassinato de sua filha e o estupro de sua esposa foram confirmados por uma investigação afegã em 2016.
Joshua Boyle e Caitlan Coleman, casados desde 2011, foram sequestrados pelo Taleban pouco depois de chegarem ao Afeganistão, em 2012. Depois foram entregues à rede aliada Haqqani, no Paquistão. / AFP