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Terremotos deixam mais de 40 mortos e milhares de feridos no Japão

Tremor deste sábado teve 7,3 graus de magnitude e matou 32 pessoas

Atualização:

Dois potentes terremotos no Japão, os maiores desde o que gerou o tsunami de 2011, sacudiram na quinta-feira e neste sábado o sudeste do país, e causaram até o momento 41 mortes, deixou milhares de feridos e centenas de milhares de deslocados.

Tragédia deixou cerca de 2 mil feridos no Japão Foto: AP

O último e mais forte, com 7,3 graus de magnitude na escala aberta de Richter, aconteceu na madrugada de hoje com epicentro a cerca de 10 quilômetros de profundidade - relativamente perto da superfície - no litoral ocidental da ilha de Kyushu, na cidade de Kumamoto. Este segundo terremoto deixou ao menos 2.000 feridos, segundo o governo japonês, que destacou um contingente de 15 mil soldados das Forças de Autodefesa para trabalhos de resgate que poderia ser ampliado para 20 mil. Um primeiro terremoto de 7 graus de magnitude ocorrido na quinta-feira na mesma região já tinha causado dez mortos, 1.126 feridos em 13 municípios - dos quais 171 em estado grave - e 44.400 evacuados. A Agência Meteorológica do Japão (JMA, na sigla em inglês) considerou que o terremoto da quinta-feira foi o precursor e o desta madrugada o principal ao ter tido uma intensidade 16 vezes maior. Os veículos de imprensa divulgaram imagens que atestam a magnitude do terremoto principal, como uma foto da agência "Kyodo" na qual se mostra uma descomunal falha de centenas de metros de extensão que dividiu literalmente em dois o pequeno povoado de Minamiaso. No distrito de Aso, onde fica essa aldeia, o tremor chegou a atingir o nível seis de sete na escala japonesa - mais centrada nas áreas afetadas que na intensidade - e os serviços de emergências trabalham contra o tempo para resgatar pessoas presas nas mais de 50 casas que ruíram. "Tudo começou a tremer, portanto peguei meu telefone celular e tentei escapar correndo, mas a casa caiu em cima de mim", declarou a "Kyodo" um dos sobreviventes, Fumio Iwamoto, a quem o terremoto surpreendeu dormindo e que permaneceu preso em um vão entre os escombros durante meia hora até que chegaram as equipes de resgate. A Polícia da cidade disse ter recebido mais de uma centena de chamadas de ajuda para resgatar pessoas que, como Iwamoto, tinham ficado presas nos escombros de suas casas em várias localidades. Outra fotografia impactante mostra o santuário xintoísta de Aso, um dos mais antigos e maiores do Japão, parcialmente em ruínas devido ao potente tremor. Cerca de 69 mil pessoas mais em toda a região foram evacuadas e ao redor de 200 mil lares ficaram sem energia elétrica e gás em Kumamoto, onde foram cancelados os voos e viagens do trem-bala. A JMA anunciou alerta de tsunami por causa do terremoto, mas pouco depois o cancelou. O vulcão do monte Aso, próximo ao epicentro, entrou em erupção embora sem provocar danos, e deixando apenas uma nuvem de fumaça e cinza a seu redor. A empresa que administra a usina nuclear de Sendai a cerca de 120 quilômetros ao sul do epicentro e a única atualmente operacional no país, informou que a unidade continua funcionando sem problemas. O primeiro-ministro do Japão, Shinzo Abe, cancelou a viagem que tinha previsto para a região castigada pelo terremoto para visitar alguns dos afetados. Nas horas posteriores ao terremoto principal foram detectadas 69 réplicas de grau 3 ou mais em Kumamoto e Oita, segundo a JMA, que alertou da possibilidade de que aconteçam novos tremores, inclusive alguns de alta intensidade. Uma das réplicas atingiu 5,4 graus de magnitude na escala aberta de Richter, segundo os dados da agência meteorológica. /EFE

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