O contingente australiano de pacificação no Timor Leste deixará o país no final deste ano, após a melhora da segurança, indicou nesta quinta-feira, 28, o primeiro-ministro timorense, Xanana Gusmão. Gusmão assinalou que embora a segurança seja "frágil", melhorou paulatinamente depois dos atentados que ele e o presidente do país, José Ramos Horta, sofreram no começo de fevereiro. "Tudo está muito calmo agora. As mães podem sair com seus filhos depois do anoitecer. Acreditamos que esta é uma de nossas grandes conquistas", afirmou Gusmão. O primeiro-ministro timorense indicou que cerca de 50.000 deslocados retornaram a seus lares no ano passado, depois de abandonarem suas casas por causa das violentas manifestações que em 2006 deixaram pelo menos 30 mortos em Díli, a capital. Gusmão acrescentou que as Forças Armadas do Timor Leste têm a confiança da população, e o Exército se concentra agora nos projetos civis, como a construção de estradas e de outras infra-estruturas básicas. Em agosto de 2006, após a revoltas de maio, o Conselho de Segurança da ONU criou a Missão Integrada no Timor Leste com o objetivo de ajudar os timorenses a restabelecer a ordem, o que significou o envio de um contingente de pacificação. A Austrália tinha cerca de 800 soldados e aumentou suas forças após os atentados contra Gusmão e Ramos Horta, com o envio de outros 200 militares. Gusmão assinou com o governo australiano um acordo no qual Camberra se compromete a gastar 5,7 milhões de dólares australianos (US$ 4,9 milhões) na construção de um centro de treinamento militar para o Exército timorense. A antiga colônia portuguesa alcançou sua independência em maio de 2002, após três anos de administração das Nações Unidas e depois de 24 anos de ocupação indonésia (1975-1999).