PUBLICIDADE

TPI julga menino-soldado de Uganda

Dominic Ongwen, hoje com 41 anos, afirmou ser inocente das acusações de crimes de guerra e contra a humanidade

Atualização:

HAIA - O ugandense Dominic Ongwen, menino que foi incorporado ao Exército de Resistência do Senhor (LRA) de Joseph Kony e se tornou chefe de guerra do sanguinário, se declarou inocente nesta terça-feira, 6, de 70 crimes contra a humanidade no seu julgamento no Tribunal Penal Internacional (TPI) de Haia.

Pessoas assistem ao julgamento de Dominic Ongwen, que foi menino-soldado Foto: AFP

PUBLICIDADE

“Em nome de Deus, nego estas acusações”, disse Ongwen, hoje com 41 anos, primeiro ugandense que foi menino soldado julgado ante o TPI. Seu caso representa um dilema para a Justiça internacional, que deve determinar se o acusado é mais vítima que carrasco.

O homem deve responder por seu papel na milícia que, segundo a ONU, massacrou mais de 100 mil pessoas e sequestrou 60 mil crianças desde sua criação, em 1987.

Em Uganda, milhares de pessoas acompanharam ao vivo, em escolas ou tendas montadas para a ocasião, o julgamento.

No início da audiência, os juízes rejeitaram o pedido da defesa pedindo a interrupção do julgamento alegando que o acusado não compreendia a natureza das acusações por sofrer de uma síndrome de estresse pós-traumático em razão do passado como menino soldado.

Filho de dois professores, Dominic Ongwen foi sequestrado aos 10 anos quando voltava da escola. Na época, Joseph Kony dirigia o LRA e tentava fundar um regime com base nos dez mandamentos.

Mesmo criança, Ongwen se destacou por sua lealdade no crime, valentia no combate e suas qualidades táticas. Subiu rapidamente na hierarquia da milícia.

Publicidade

A procuradoria o acusa de ter realizado ou ordenado ataques “sistemáticos e generalizados” contra civis, recrutar crianças-soldado e engravidar mulheres de forma forçada. Ele teria tido sete mulheres. / AFP

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.