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Guantánamo terá novas audiências para processo contra mentor do 11 de setembro

Após mais de 14 anos dos atentados nos EUA, processo judicial contra os cinco detidos continua estagnado em razão dos inúmeros recursos de defesa e quebra-cabeças logísticos

Atualização:

WASHINGTON - O tribunal militar de exceção de Guantánamo tem marcadas para esta semana, na prisão da ilha de Cuba, novas audiências preparatórias do processo contra Khalid Sheikh Mohammed, suposto cérebro dos atentados de 11 setembro de 2001, e outros quatro acusados.

Mais de 14 anos depois dos ataques que mataram três mil pessoas em Nova York, Pentágono e Pensilvânia, o processo judicial contra os cinco detidos em Guantánamo continua estagnado. Os inúmeros recursos de defesa e quebra-cabeças logísticos movidos a cada audiência pelo juiz, advogados e outros funcionários da Justiça acabam bloqueando o avanço do processo.

O polêmico centro de detenção tem lidado com várias acusações de abusos, incluindo práticas de tortura por afogamento simulado de prisioneiros sob interrogatório Foto: Bob Strong / Reuters

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Detido no Paquistão em 2003, Khalid Sheikh Mohammed, nascido no Kuwait e de origem paquistanesa, é um dos presos torturados pela CIA em suas prisões secretas. Foi transferido para Guantánamo em 2006.

Os outros quatro acusados são os iemenitas Walid Ben Attach e Ramzi ben al-Shaiba, o saudita Mustafá al-Hussaui e o sobrinho de Mohammed, Ammar al-Baluche, conhecido como Ali Abdul Aziz Ali, também paquistanês.

Os cinco podem ser condenados à morte, mas ainda restam alguns anos antes que uma decisão seja proferida.

Nesta semana, o juiz que dirige o processo, o coronel James Pohl, abordará várias monções apresentadas pela defesa, incluindo um recurso para rechaçar um dos membros da equipe que defende os acusados, revelado como um colaborador da CIA.

O presidente Barack Obama havia prometido fechar a prisão de Guantánamo em sua campanha eleitoral de 2008, mas nunca pôde fazê-lo em razão da forte oposição no Congresso.

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Partidários do fechamento estimam que Guantánamo é o símbolo dos EUA que perdeu seus pontos de referência depois do 11 de setembro, sob a administração de George W. Bush.

"A ideia de deter alguém por tanto tempo, sem saber se algum dia recuperará sua liberdade, sem processo, sem julgamento, é uma forma de tortura", declarou o advogado Jonathan Hafetz, que defende um prisioneiro de Guantánamo.

A princípio, os cinco acusados deverão comparecer nesta terça-feira, 8, mas o programa de audiências é modificado frequentemente no último momento. /AFP

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