Tribunal do Egito declara que Hamas é uma 'organização terrorista'

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Por AE
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Um tribunal do Egito declarou que o Hamas é uma "organização terrorista", isolando ainda mais os governantes da Faixa de Gaza. A decisão do juiz Mohamed el-Sayed, do Tribunal de Casos de Urgência, descreveu o Hamas como um grupo que tem como alvo civis e forças de segurança na Península do Sinai do Egito. Além disso, o magistrado afirmou que o Hamas visa prejudicar o país.O Sinai tem sido cenário de ataques cada vez mais recorrentes de extremistas islâmicos desde que o Exército do Egito depôs o presidente islamita Mohammed Morsi em 2013."Foi provado, sem sombra de dúvida, que o movimento cometeu atos de sabotagem, assassinatos e matou civis inocentes e membros das forças armadas e da polícia no Egito", disse o juiz, segundo a agência de notícias estatal MENA.Em Gaza, o dirigente do Hamas, Mushir al-Masri, condenou a decisão e pediu que o Egito reconsidere a posição."Esta decisão serve para a ocupação israelense. É uma decisão politizada que constitui o início da fuga do Egito em relação ao seu papel na causa palestina", disse ele. "Este é um golpe contra a história e um abuso egípcio contra a causa e a resistência palestina, que luta em nome da nação árabe. Pedimos que o Egito reconsidere esta decisão perigosa".A decisão isola ainda mais o Hamas, que há algum tempo encontrou apoio aberto sob a gestão de Morsi e do seu grupo Irmandade Muçulmana. O novo governo do Egito começou a limpar uma zona tampão ao longo de sua fronteira com Gaza, em uma tentativa de destruir uma rede transfronteiriça de túneis que o Hamas considera uma ferramenta de salvação.No mês passado, um tribunal egípcio proibiu a ala militar do Hamas, a Brigada Izzedine al-Qassam, e também a designou uma organização terrorista. O tribunal do Cairo alegou que os combatentes do Hamas haviam usado armas pesadas contra o Exército e foram coniventes com a Irmandade."Foi também apurado com documentos que (o Hamas) realizou atentados que levaram a destruição de vidas e instituições, e visou civis e equipes das forças armadas", disse. "Também foi verificado que esse movimento trabalha para os interesses da organização terrorista Irmandade". Fonte: Dow Jones Newswires.

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