PUBLICIDADE

Tropas da ONU sofrem novas acusações de abuso sexual na República Centro-Africana

Atualização:

Por Tom Esslemont

PUBLICIDADE

BANGUI (Thomson Reuters Foundation) - A força de manutenção de paz da Organização das Nações Unidas (ONU) na República Centro-Africana foi alvo nesta quarta-feira de novas acusações de abuso sexual, reveladas por uma investigação da Thomson Reuters Foundation, em meio a preocupações crescentes com o fracasso do combate a esses abusos.

Três meninas adolescentes que tiveram de sair de suas casas por causa dos confrontos no país afirmaram à fundação que mantiveram relações sexuais com soldados congoleses das tropas da ONU durante semanas, resultando em pelos menos duas gravidezes.

As meninas, com idades entre 14 e 17 anos, moram em abrigos temporários em campos que ficam próximos à base de 500 militares da força de paz da ONU, a maioria da República Democrática do Congo, Bangladesh e Camarões.

A idade mínima para sexo consensual na República Centro-Africana é 18 anos. Relações sexuais entre soldados da tropa de paz e civis são proibidas de acordo com protocolo da organização internacional.

As acusações são as mais recentes de uma série de denúncias contra a força de 11.000 soldados conhecida como Minusca, que opera no país desde abril de 2014.

A força de paz, cujo mandato faz referência à "proteção de mulheres e crianças", foi envolvida em uma série de escândalos de abuso sexual no início do ano, e o secretário-geral da ONU, Ban Ki-Moon, prometeu reprimir a prática.

Publicidade

Uma das meninas que falou à Thomson Reuters Foundation disse ter 14 anos. Ela já teve um filho desde que a sua relação com o soldado congolês começou.

Outra menina, de 17 anos, com sete meses de gravidez, afirmou que o soldado aparecia com regularidade.

"Ele me dava dinheiro, mas ele não tem vindo me ver recentemente", disse ela em entrevista no abrigo em que agora mora.

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.