Trump abrirá arquivos sobre JFK

Documentos sobre morte do presidente devem ser divulgados na próxima semana

PUBLICIDADE

Atualização:

WASHINGTON - O presidente dos EUA, Donald Trump, afirmou ontem, por meio de sua conta no Twitter, que autorizará a abertura dos arquivos confidenciais relacionados ao assassinato do ex-presidente John F. Kennedy. JFK morreu em Dallas com dois disparos dados por Lee Harvey Oswald, no dia 22 de novembro de 1963. 

PUBLICIDADE

Se Trump levar mesmo adiante o que vem prometendo, milhares de documentos relacionados ao assassinato de Kennedy devem ser divulgados pelo Arquivo Nacional dos Estados Unidos na próxima semana, em conformidade com uma lei de acesso a informação aprovada nos anos 90. “Sujeito ao recebimento de informações adicionais, permitirei, como presidente, abrir os arquivos confidenciais de JFK”, tuitou Trump.

O anúncio, feito contra a vontade do Conselho de Segurança Nacional e da CIA, provocou acusações de todas as partes de que o presidente estaria tentando desviar a atenção dos eleitores americanos das notícias desfavoráveis das últimas semanas. 

Presidente John F. Kennedy e a primeira-dama Jacqueline em Washington, em 1961. Foto: The White House/John F. Kennedy Presidential Library via The New York Times

O site Politico informou na sexta-feira que os funcionários do governo estavam preocupados que alguns dos documentos, produzidos na década de 1990, conteriam informações sobre recentes programas de inteligência dos EUA e poderiam não ser divulgados.

A porta-voz da Casa Branca, Lindsay Walters, disse que a Casa Branca tem como objetivo “garantir que a quantidade máxima de dados possa ser divulgada ao público, nos termos da lei”.  Ainda de acordo com o Politico, o conselheiro de longa data de Trump, Roger Stone, pediu ao presidente americano que liberasse os arquivos. Stone, que teve um importante papel na campanha eleitoral do ano passado, disse em uma entrevista recente que ele estava “otimista” sobre a possibilidade de Trump permitir a abertura dos arquivos. 

Os documentos são compostos por milhares de página, incluindo os relatos de Lee Harvey Oswald. O Conselho de Segurança Nacional tentou impedir a liberação, aparentemente sem sucesso. Em 1992, o Congresso americano aprovou uma lei, chamada de “JFK Records”, que determinava que todos os documentos sobre a morte do presidente fossem abertos em 25 anos, a menos que o presidente em exercício considerasse que a medida prejudicasse a segurança do país.

Conspiração. A lei foi aprovada em razão do grande interesse pelo caso causado após a estreia do filme JFK: a pergunta que não quer calar (1991), no qual o cineasta Oliver Stone dava sua visão sobre o assassinato. No filme, Stone delineou uma hipótese defendida pelos investigadores Jim Garrison e Jim Marrs que alimentava as velhas teorias conspiratórias. A tese descartava o relatório oficial da famosa Comissão Warren, que apontou Oswald como único responsável.

Publicidade

O escritor Gerald Posner, que em 1993 foi finalista do Pulitzer de História com o livro Case closed, disse à CNN que os documentos com potencial mais revelador são os relacionados à viagem de Oswald ao México, sete semanas antes do assassinato do presidente. Posner considera que as conclusões da chamada Comissão Warren são corretas e que não houve nenhuma conspiração.

Após a tragédia, com os EUA em estado de comoção, foi criada uma comissão de investigação liderada pelo então presidente da Suprema Corte, Earl Warren, que determinou que Oswald cometera o crime por conta própria e sem ajuda. Entre os arquivos, há mais de 3 mil documentos que nunca foram vistos, e mais de 30 mil que já foram revelados, mas com restrições. / REUTERS e NYT

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.