WASHINGTON - Um dia após de criticar o Catar por meio do Twitter e respaldar a política da Arábia Saudita de isolar diplomaticamente o emirado no mundo árabe, o presidente americano, Donald Trump, conversou por telefone com o emir catari, Tamim bin Hamad al-Thani, e se ofereceu para negociar uma solução para a crise diplomática, segundo a TV Al-Jazeera. Mais cedo, Trump conversou com o rei da Arábia Saudita, Salman bin Abdelaziz, quando defendeu a cooperação regional para pôr fim à crise.
"Os dois líderes abordaram as metas cruciais de impedir o financiamento de organizações terroristas e eliminar a promoção do extremismo por parte de qualquer nação da região", disse a diplomacia saudita em nota.
Trump disse ao rei que o Conselho de Cooperação do Golfo (GCC), do qual também faz parte o Catar, deve se unir para derrotar o terrorismo e promover a estabilidade regional.
Pelo Twitter, Trump insinuou que a "linha dura" com o emirado é em parte fruto da sua campanha antiterrorista, o que provocou temores de falta de cautela diplomática por parte dos EUA. "Durante minha recente viagem ao Oriente Médio, declarei que não pode haver nenhum financiamento à Ideologia Radical. Os líderes apontaram para o Catar", disse.
O presidente americano também comentou que é bom ver que sua viagem até Riad já esteja dando frutos. "Talvez este seja o começo do fim do horror do terrorismo", enfatizou o presidente.
Apesar as palavras de Trump, a Casa Branca pediu em seguida que os países envolvidos para aliviar as tensões e resolver a crise "rapidamente" e o Departamento de Estado disse que a relação com o Catar é "sólida" e que Washington "segue cooperando" com esse país.
Diálogo.Outros países, como França, Turquia e Kuwait tentam encontrar uma saída diplomática para a crise entre o Catar e países árabes liderados pela Arábia Saudita. O emir do Kuwait, Sabah al-Ahmad al-Sabah se encontrou hoje com representantes diplomáticos dos Emirados Árabes Unidos em Dubai. Ele também esteve em Riad, onde se reuniu com o rei saudita.
A Turquia se ofereceu para intermediar a crise. O Parlamento do país, no entanto, aprovou o envio de tropas para proteger uma base do país em Doha.
O governo da França, por meio do porta-voz, Christophe Castaner, pediu que o Catar garanta "transparência". O país é acusado pelos sauditas de apoiar grupos terroristas na Síria e no Iêmen, além de manter uma relação amistosa com o Irã xiita - principal rival regional da Casa de Saud.
"É importante que a França mantenha sua parceria com todos os países (do Golfo)", disse o porta-voz. O Catar é um dos maiores produtores de gás natural do planeta e abriga uma importante base militar americana, usada nos bombardeios contra o Estado Islâmico na Síria e no Iraque. / EFE e REUTERS