Trump deseja mudar leis dos EUA e permitir que extremistas sejam torturados

Pré-candidato republicano à Casa Branca afirma que se for presidente respeitará as leis, mas pensa em modificar algumas 

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Por Redação
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WASHINGTON - O candidato republicano à Casa Branca Donald Trump afirmou neste domingo, 6, que deseja modificar as leis que proíbem a tortura nos Estados Unidos, dias depois de ser acusado de retratar-se sobre essa afirmação.

"Não mudei de postura. Eu disse que iria respeitar a lei", explicou Trump ao canal Fox News. "Os extremistas do grupo Estado Islâmico (EI) não têm normas, regulamentações ou leis, e temos que ser muito corretos", argumentou o pré-candidato republicano favorito para a indicação à Casa Branca.

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"Eu as respeito, mas não estou feliz por isso", continuou, admitindo que gostaria de "discutir essas leis". "Não jogamos no mesmo time que os extremistas", completou.

"Não tenho de modo algum uma mudança de postura. Eu obedeço a lei, mas queria que flexibilizassem algumas leis", disse o milionário que recebeu duras críticas sobre o tema na sexta-feira 4, inclusive de seu próprio partido.

Durante sua campanha e em um debate com seus rivais republicanos na noite da quinta-feira 3, Trump prometeu torturar os terroristas e matar suas famílias. No dia seguinte, em uma declaração ao jornal Wall Street Journal, disse que se fosse eleito respeitaria as leis.

"Eu utilizaria todo o meu poder legal para deter esses inimigos terroristas. Entendo, entretanto, que os EUA estão atados por leis e tratados, e não pediria a nosso Exército ou a outros funcionários que violassem a lei", escreveu Trump no jornal.

O governo de George W. Bush proibiu em 2006 o uso da simulação de afogamento ('submarino') e outras técnicas de interrogatório, depois do escândalo por seu uso, especialmente na CIA, contra suspeitas de terrorismo.

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Para justificar suas mudanças de postura sobre vários temas, Trump destacou na quinta-feira a necessidade para um líder de ser "flexíveis", afirmando que "nunca viu alguém ter sucesso sem um certo grau de flexibilidade". /EFE

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