WASHINGTON - O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, afirmou nesta sexta-feira, 12, que não descreveu países africanos e nações latinas como "países de m..." durante um encontro com congressistas para discutir a reforma da imigração, na véspera.
+ Para ONU comentário de Trump sobre imigrantes é 'racista e vergonhoso'
"Essa não foi a linguagem usada", escreveu o presidente no Twitter. "A linguagem usada por mim na reunião sobre o Daca foi dura, mas não foi essa (relatada pela imprensa)", completou.
Em outra mensagem também publicada na rede social, Trump garantiu que não fez nenhum comentário depreciativo sobre o Haiti durante a reunião na Casa Branca.
"Nunca disse nada depreciativo sobre os haitianos exceto que o Haiti é, obviamente, um país muito pobre e com muitos problemas", escreveu. "Nunca mandei serem 'retirados' (dos EUA). É tudo invenção dos democratas. Eu tenho uma ótima relação com os haitianos", completou Trump.
O presidente americano também sugeriu que provavelmente gravará as próximas reuniões sobre o tema para evitar casos como este porque "infelizmente não pode confiar" (nos participantes).
Ao ser questionada nesta sexta sobre as declarações de Trump, a Casa Branca não as confirmou, mas também não as negou, dizendo apenas que o presidente sempre "brigaria pelos (interesses) dos americanos".
O chefe de Estado se reuniu na quinta-feira com senadores e legisladores na Casa Branca para falar sobre uma proposta bipartidária que limitaria a reunificação familiar e o chamado programa "sorteio de vistos", em troca de evitar que centenas de milhares de jovens em situação irregular sejam deportados.
+ Comentário grosseiro de Trump é considerado 'racista' por congressistas e organizações civis
"Por que todas essas pessoas de países de m... vêm para cá?", perguntou Trump, segundo relataram fontes ao jornal The Washington Post. O New York Times noticiou a mesma informação, citando pessoas próximas ao encontro.
O presidente se referia cidadãos do Haiti, de El Salvador e de países africanos. Ele sugeriu, ao mesmo tempo, que os Estados Unidos deveriam receber imigrantes de lugares como Noruega, país com cuja primeira-ministra se reuniu na quarta-feira. / AFP