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Trump promete aumento do mínimo e maiores impostos para os mais ricos

Apesar de o plano fiscal do provável candidato republicano prever um corte na arrecadação sobre as classes mais altas, magnata afirma que negociação das medidas no Legislativo levaria a uma contribuição maior; Hillary é alvo de novo ataque

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Por Redação
Atualização:

WASHINGTON - O provável candidato republicano à presidência dos Estados Unidos, Donald Trump, afirmou ontem que passou a ser favorável a um aumento no salário mínimo e também prometeu aumentar os impostos sobre a renda dos mais ricos. A segunda medida, no entanto, estaria dentro de um pacote fiscal que, a princípio e contraditoriamente, corta a arrecadação justamente nessa faixa. 

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Até recentemente, o magnata se declarava contrário à elevação do mínimo – uma das bandeiras do presidente Barack Obama. Nos últimos dias, porém, está cada vez mais favorável à ideia. “Tenho acompanhado a discussão e não sei como as pessoas conseguem se virar com US$ 7,25”, disse ele no programa Meet the Press, da NBC, referindo-se ao salário mínimo federal por hora. “Por isso, gostaria de ver um aumento de algum impacto, mas é melhor deixar o assunto com os Estados. Eles que decidam.” 

Já no programa This Week With George Sephanopoulos, da rede ABC, o magnata disse que ainda não havia decidido quanto aos números de uma possível elevação, mas achava “que as pessoas têm de ganhar mais”. Trump admitiu que estava contrariando sua posição anterior: “É claro que é uma mudança, mas tenho o direito de mudar. É preciso ser flexível.”

Num debate presidencial republicano em novembro, quando lhe perguntaram sobre a questão, ele respondeu: “Os impostos estão muito altos, os salários estão muito altos. Não conseguiremos competir no mundo. Odeio dizer, mas temos de deixar como está.” Trump também prometeu que seu plano fiscal – que contempla um corte de impostos para os ricos –, após ser negociado no Legislativo, na verdade, levará a um aumento de impostos para essa classe da população. “Pelo meu plano, os impostos vão baixar, mas, quando chegar a época da negociação, eles subirão”, afirmou.

Trump deixa em aberto a possibilidade de tentar impedir que Paul Ryan presida convenção Foto: Jewel Samad|AFP

Crise interna. Nas entrevistas, Trump falou do anúncio do presidente da Câmara, o republicano Paul Ryan, na semana passada, de que não o apoiaria. Perguntado no Meet the Press se Ryan, de Wisconsin, presidiria a Convenção Nacional Republicana se continuasse a recusar-lhe apoio, Trump deixou em aberto a possibilidade de tentar remover o deputado da posição.

“Não quero falar nisso agora, vou ver depois. Se acontecer, vocês terão uma resposta concreta um minuto após a decisão”, afirmou ele. “Não há razão para responder agora.”

No programa Face the Nation, da rede CBS, a favorita à indicação democrata, Hillary Clinton, comentou o rótulo de “descontrolado” que pôs em Trump. Disse que estava falando com base na agenda política e comentários do rival na campanha. “Falei sobre o que ele disse e continua a dizer e no tipo de agenda que tem para o país, a qual, obviamente, não considero a melhor”, disse Hillary.

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Polêmica. Em mais um comentário que deve render problemas a Trump entre o eleitorado feminino, o candidato republicano disse ontem, na entrevista à ABC, que Hillary foi “cúmplice” da traição cometida por seu marido, o ex-presidente Bill Clinton, com a estagiária Monica Lewinsky. 

“(Hillary) está casada com o homem que foi o pior agressor de mulheres da história da política. Está casada com um homem que fez muitas mulheres sofrerem”, afirmou o magnata.

O caso Lewinsky foi o maior escândalo do governo de Bill Clinton e levou o presidente a ser julgado em um processo de impeachment aprovado na Câmara, mas rejeitado no julgamento do Senado, entre 1998 e 1999.

A democrata Hillary Clinton, durante evento em Oakland, Califórnia Foto: Gabrielle Lurie|AFP

Hillary diz estar à disposição do FBI para esclarecimento

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Investigada por ter utilizado um servidor particular de e-mails para assuntos de governo quando ocupava o cargo de secretária de Estado no governo de Barack Obama, a provável candidata democrata Hillary Clinton disse ontem que está “à disposição” do FBI para esclarecer a questão. Durante entrevista ao Face the Nation, da rede CBS, Hillary disse que ainda não foi procurada pelos investigadores para depor.

Como já havia feito no ano passado, a ex-secretária de Estado admitiu ter errado ao utilizar o servidor privado para tratar de assuntos de interesse público, mas repetiu que sempre levou “a sério” o nível de segredo dos documentos do governo. A democrata confirmou ter recebido apoio de republicanos contrários à candidatura de Donald Trump, sem mencionar nomes, mas falando em pessoas com “altos cargos” no partido rival. / WASHINGTON POST, NYT e AFP

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