Trump se reúne hoje com Temer nos EUA

Brasileiro participa de jantar com presidente americano e outros líderes latino-americanos

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Por Cláudia Trevisan e Nova York
Atualização:

Donald Trump recebe hoje para um jantar em Nova York o presidente brasileiro, Michel Temer, e outros líderes latino-americanos. Um alto funcionário do governo americano disse ontem ao Estado que a Casa Branca espera que eles saiam do encontro com um “dever de casa” de medidas específicas que possam adotar para pressionar a Venezuela a restaurar instituições democráticas.

Em Nova York, presidente disse que Brasil voltou a gerar empregos e seu governo conseguiu "recobrar a capacidade" do Estado de levar adiante políticas sociais Foto: Beto Barata/PR

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Trump receberá os presidentes do Brasil, Michel Temer, da Colômbia, Juan Manuel Santos, do Panamá, Juan Carlos Varela, na véspera da abertura da Assembleia-Geral da Organização das Nações Unidas (ONU). A Argentina será representada pela vice-presidente, Gabriela Michetti. Convidado, o presidente do Peru, Pedro Pablo Kuczynski, cancelou sua participação em razão da crise política que enfrenta em seu país.

“Nós esperamos que todos venham preparados para falar sobre coisas concretas que podem fazer em relação à Venezuela”, disse o integrante do governo Trump. No caso do Brasil, ele mencionou a possibilidade de troca de informações sobre investigações de corrupção que envolvem a Odebrecht. 

Soluções. No mês passado, a ex-procuradora-geral da República da Venezuela Luísa Ortega Díaz esteve em Brasília para discutir o assunto com autoridades brasileiras. Dissidente do chavismo, Ortega foi afastada do cargo por decisão da nova Assembleia Constituinte, formada em uma eleição contestada pela oposição e por vários países da América Latina, entre os quais alguns dos que participarão do jantar com o presidente dos EUA.

O embaixador do Brasil em Washington, Sergio Amaral, vê o jantar como uma oportunidade de Trump conhecer as visões de líderes da região sobre a crise na Venezuela. “O Brasil vai reiterar sua posição de firme defesa da democracia e dos direitos humanos, da necessidade do diálogo e do encaminhamento pacífico da questão venezuelana”, afirmou.

Há menos de um mês, Trump disse que não descartava uma “solução militar” para enfrentar a crise da Venezuela, o que foi rechaçado por virtualmente todos os países latino-americanos.

Apesar de a crise na Venezuela ser o principal tema do jantar, Amaral ressaltou que a agenda é aberta e afirmou que os participantes poderão levantar outras questões de seu interesse. Fontes próximas de Temer disseram ao Estado que o presidente pretende falar do processo de recuperação da economia brasileira e das reformas propostas por seu governo.

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Entre as outras possíveis ações do Brasil, o integrante do governo Trump mencionou o monitoramento de transações financeiras suspeitas de membros do governo do presidente Nicolás Maduro e a recusa de concessão de vistos a autoridades venezuelanas e integrantes da Assembleia Constituinte, cuja eleição não é reconhecida pelos países convidados para o jantar.

De acordo com o representante do governo americano, o encontro poderá ser concluído com uma declaração conjunta dos países a respeito da Venezuela.

Temer chega a Nova York às 16h45 (17h45 no horário de Brasília) e deverá ir direto para o jantar, que será realizado no hotel Lotte New York Palace, localizado a poucas quadras da Trump Tower, residência de Trump na cidade. Amanhã, Temer fará o discurso de abertura da Assembleia-Geral, posição reservada ao Brasil desde a fundação das Nações Unidas.

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