NOVA YORK - O plenário da Assembleia-Geral da Organização das Nações Unidas estava lotado para o primeiro discurso de Donald Trump perante representantes dos 193 países. No entanto, o sucesso de público não foi acompanhado do sucesso de crítica. Os aplausos foram contidos e menos numerosos do que os dirigidos aos pronunciamentos do democrata Barack Obama.
O tom agressivo provocou dois momentos de espanto, em que foi possível ouvir exclamações e cochichos entre os que ouviam Trump. Em uma retórica incomum no mundo diplomático, ele disse que grande parcela do mundo está mergulhada em conflitos e algumas delas “estão indo para o inferno”.
Momentos antes, ele já havia provocado burburinho na plateia com sua ameaça de “destruir totalmente” a Coreia do Norte caso tenha de defender os EUA de uma ameaça nuclear de Kim Jong-un, a quem se referiu como “o homem-foguete em uma missão suicida”.
Trump recebeu aplausos contidos quando subiu ao púlpito do plenário da Assembleia-Geral pela primeira vez. Durante seu pronunciamento, ele foi interrompido em cinco ocasiões por palmas de diferentes segmentos da plateia, que reagiam a questões de seu interesse. Em 2015, Obama foi ovacionado pelo menos dez vezes.
O premiê israelense, Binyamin Netanyahu, e a delegação de seu país, por exemplo, aplaudiram com entusiasmo as críticas do presidente americano ao Irã e sua ameaça de abandonar o acordo sobre o programa nuclear fechado pelo governo de Obama.
Parte da plateia reagiu com risos quando o republicano atacou a ideologia do governo do venezuelano Nicolás Maduro. “O problema da Venezuela não é que o socialismo foi implementado de maneira pobre, mas que o socialismo foi implementado fielmente.” No fim do pronunciamento na ONU, Trump recebeu um aplauso protocolar, que não teve a adesão de todos que estavam na plateia.