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Uruguai recebe seis prisioneiros de Guantánamo

Quatro sírios, um tunisiano e um palestino foram detidos por forças americanas em 2002, por suposta ligação com a Al-Qaeda

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Por Redação
Atualização:

MONTEVIDÉU - O ministro da Defesa uruguaio, Eleuterio Fernandez Huidobro, afirmou nesta segunda-feira, 8, a uma rádio local que os seis prisioneiros enviados de Guantánamo ao Uruguai chegaram no domingo e passam bem. Eles passam por exames médicos antes de serem liberados. Os seis detentos, quatro sírios, um tunisiano e um palestino, foram detidos por forças americanas em 2002, por suposta ligação com a Al-Qaeda. Entretanto, eles nunca foram acusados formalmente, e desde 2009 podem ser liberados, o que os Estados Unidos não fizeram por questões de segurança. Para Huidobro, as suspeitas que recaiam sobre o grupo não passavam de "pura bobagem".

Hospital em Montevidéu onde os ex-detentos estão sendo submetidos a exames Foto: Matilde Compodonico/AP

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Segundo o ministro da Defesa, eles serão totalmente integrados à comunidade uruguaia, terão empregos e poderão trazer suas famílias.

O Uruguai é um país de 3,3 milhões de habitantes, cerca de 300 deles muçulmanos. Os detentos chegam ao que talvez seja o único país das Américas sem uma mesquita, afirma Tamar Chaky, diretor da Organização Cultural Islâmica do Uruguai. Chaki disse que a comunidade local de muçulmanos pode ajudar a acolhê-los, embora nenhum contato oficial tenha sido feito.

O presidente uruguaio, José Mujica, aceitou receber os presos em um gesto humanitário. Ele também aceitou outros 42 refugiados de guerra sírios, e afirmou que deve acolher outros 80.

Os Estados Unidos transferiram 19 presos de Guantánamo este ano, reduzindo a 136 o número de detentos na prisão da ilha cubana, o menor número desde a sua abertura, em 2002. O presidente Barack Obama tinha intenções de fechar a prisão, mas foi bloqueado pelo Congresso americano.

Sessenta e sete dos homens presos em Guantánamo estão prontos para receberem liberdade. Entretanto, como os seis que chegaram ao Uruguai, não podem voltar a seus países de origem porque podem sofrer perseguição, por falta de segurança ou por outras questões. / AP

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