CARACAS - A chanceler venezuelana, Delcy Rodríguez, anunciou ontem que seu governo recorrerá a organismos internacionais para pedir indenizações para os colombianos que residem na Venezuela, além de uma indenização para o Estado venezuelano pelo êxodo de colombianos que fugiram para o país.
"A Venezuela irá a organismos internacionais pedir indenização para colombianos residentes em nosso país deslocados pela violência", afirmou a chanceler em mensagem no Twitter.
Rodríguez publicou ainda uma série de mensagens em seu perfil na rede social em resposta às declarações realizadas nesta sexta-feira, 4, pela chanceler colombiana, María Ángela Holguín, nas quais garante que a Venezuela não apresentou nenhum documento na reunião que ambos os países tiveram em Cartagena para superar a crise fronteiriça.
A chefe da diplomacia venezuelana considerou que as declarações de Holguín são "um compêndio de imprecisões erráticas, falsidades e confissões de Estado apoiando crimes na fronteira".
Em relação às declarações de Holguín de que na Colômbia "há liberdade de expressão", a chanceler venezuelana comentou que o país vizinho "ativou um aparelho comunicacional de guerra contra a Venezuela".
"Violam pactos internacionais e direitos humanos ao promover o ódio e a guerra contra nosso povo e nosso governo. A chanceler deveria ter conhecimento disso", disse Rodríguez.
Segundo ela, a Venezuela é "vítima de todo tipo de agressão da Colômbia: midiática, financeira, econômica, energética. Mal podem condicionar o diálogo", lamentou.
Mesmo assim, Rodríguez fez um apelo para que aconteça a reunião entre os chefes de Estado dos dois países, pedida reiteradamente pelo presidente venezuelano, Nicolás Maduro, nos últimos dias.
Caracas afirma que entre janeiro e julho cerca de 121.834 colombianos entraram no território venezuelano. O governo disse que, entre eles, havia paramilitares e contrabandistas, o que intensificou os problemas de insegurança e escassez de produtos básicos. Segundo Bogotá, mais de 1.300 colombianos foram deportados por ordem do governo da Venezuela.
A chanceler deve ir à Genebra na segunda-feira para se reunir com o Alto Comissário das Nações Unidas para os Refugiados e diretor-geral da Organização Internacional para as Migrações, William Lacy Swing.
As relações entre Caracas e Bogotá entraram em uma crise logo depois que o governo venezuelano fechou a fronteira em Táchira, após o ataque sofrido por três militares e um civil enquanto combatiam o contrabando no local. /EFE e ASSOCIATED PRESS