CARACAS - O ex-presidente da Colômbia, Andrés Pastrana, afirmou que a Venezuela deve se submeter às normas da Organização de Estados Americanos (OEA) ou deixar a organização porque viola a Carta Democrática Interamericana ao manter presos representantes da oposição política. Pastrana pediu que a Comissão Interamericana de Direitos Humanos adote medidas cautelares em favor dos opositores.
"A Venezuela é membro da OEA. Eu mesmo assinei a Carta Democrática com o ex-presidente Hugo Chávez. O que pedimos é que a Venezuela ou se retire da Organização ou se submeta às normas", afirmou Pastrana, segundo o jornal El Nacional. Um grupo de venezuelanos demonstrou apoio à iniciativa do colombiano e se reuniu em frente ao escritório da OEA.
Intervenções. O vice-presidente do Uruguai, Raúl Sendic, afirmou que Montevidéu "não tem elementos" para comprovar a afirmação do presidente Nicolás Maduro de que existe intervenções externas na Venezuela. "Não temos elementos para acompanhar essa afirmação, mas com certeza é um assunto que preocupa a todos e continuaremos prestando atenção cuidadosamente."
Visita. Maduro anunciou nesta terça-feira, 3, que uma delegação da União de Nações Sul-Americanas (Unasul), liderada por seu secretário-geral, Ernesto Samper, chegará ao país na sexta-feira 6.
"Graças a Deus temos a Unasul para nos proteger, nos acompanhar, para nos permitir transitar por essas batalhas contra golpes de Estado, intervencionismos imperialistas", disse o presidente venezuelano.
No dia 20 de fevereiro, um dia depois da prisão do prefeito de Caracas, Antonio Ledezma, Samper havia anunciado uma visita a Caracas dos chanceleres de Brasil, Colômbia e Equador para "contribuir para uma despolarização do ambiente político".
Na ocasião, Samper não se referiu diretamente à detenção de Ledezma, acusado de participar de um golpe de Estado desmantelado que, segundo Maduro, contava com apoio dos EUA. Mas disse que a visita dos chanceleres também poderia "ajudar a incitar um acordo nacional sobre a gestão de temas como o ajuste social da economia, que parece ser inevitável". /EFE