CARACAS - Milhares de opositores venezuelanos se manifestaram neste sábado, 8, contra o governo do presidente Nicolás Maduro, o quarto dia de protestos na última semana na Venezuela. Mais uma vez, os atos terminaram em violência e choques com a polícia.
Os enfrentamentos se iniciaram quando os manifestantes decidiram marchar até a Defensoria do Povo, no centro da capital venezuelana, bastião do chavismo e onde estão as sedes dos poderes públicos.
E como na quinta-feira, 6, quando tentaram chegar sem êxito à sede do órgão, os manifestantes foram contidos por policiais e membros da Guarda Nacional com bombas de gás lacrimogêneo, jatos de água e balas de borracha.
Um grupo de homens e mulheres com o rosto coberto responderam com pedras, enquanto a maior parte dos manifestantes aguardava atrás deles.
Ao menos 17 pessoas ficaram feridas, de acordo com a prefeitura do município de Chacao, de onde saiu a marcha. A cidade fica na região metropolitana de Caracas. A reportagem da agência France-Presse constatou ainda dois policiais feridos.
A ONG Foro Penal relatou 51 pessoas presas em todo o país, das quais 17 já teriam sido libertadas.
O chefe de serviços de inteligência da Venezuela, Gustavo González, disse que foram capturados os "primeiros chefes de uma célula fascista terrorista", que teria impulsionado e financiado a violência neste sábado. O número de manifestantes detidos não foi informado.
Segundo González, este organismo "terrorista" seria liderado pelo ex-candidato presidencial e principal figura da oposição, Henrique Capriles. / AFP