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Veteranos de guerra pedem a zimbabuanos que saiam às ruas contra Mugabe

Christopher Mutsvangwa, líder do grupo, afirmou que presidência de Mugabe 'está acabada'; presidente pode ser alvo de impeachment

Atualização:
Presidente Robert Mugabe esteve no poder entre 1980 e 2017 Foto: Zinyange Auntony/AFP

HARARE - A Associação Nacional de Veteranos da Guerra de Libertação do Zimbábue (ZNLWA, na sigla em inglês) convocou o povo do país para sair às ruas para mostrar sua rejeição a Robert Mugabe, cuja presidência "está acabada".

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"O imperador está nu", disse o líder do grupo, Christopher Mutsvangwa, em entrevista coletiva em Harare. Para os veteranos, o discurso de domingo, em que Mugabe se recusou a renunciar, foi um "desgosto" para a nação e motivo de "indignação" para o mundo todo. 

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Na ocasião, Mugabe afirmou que irá presidir o congresso do partido governante, Zanu-PF, nas próximas semanas, apesar da pressão para deixar o poder. 

Um dirigente do partido governante informou que Mugabe foi destituído da presidência do partido e substituido pelo ex-vice-presidente Emmerson Mnangagwa, que já foi rival da esposa de Mugabe, Grace, para sucedê-lo no poder.

O Zanu-PF também anunciou que lançará no Parlamento um processo de impeachment do presidente caso ele não se demita e que Mnangagwa será o candidato para as eleições de 2018. 

Pressão. "Sua presidência está acabada, senhor Mugabe. Está terminada, já não existe", declarou Christopher Mutsvangwa em um tom ainda mais firme que o usado na sexta-feira passada para dar as costas ao líder, de quem tradicionalmente tinha sido aliado.

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"Não vamos deixar Harare até que ele se vá", enfatizou. Mutsvangwa disse ainda que a iniciativa para pôr fim à presidência de Mugabe, no poder desde 1980, é uma questão política e da sociedade, não dos militares.

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Segundo Mutsvangwa, o povo zimbabuano aguentou muito sofrimento e Mugabe o ignorou porque está mais preocupado em agradar sua esposa, Grace Mugabe. 

Segundo ele, a situação obrigou as Forças Armadas a agirem. "O mundo inteiro viu que isso não é um golpe", frisou, pedindo em seguida aos líderes da região, como o presidente sul-africano, Jacob Zuma, que entendam a situação desse modo. / EFE e AFP

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