Violência atinge mais uma escola em Belfast

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Por Agencia Estado
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Novos distúrbios explodiram nesta quinta-feira, quando uma segunda escola católica foi atingida por manifestantes protestantes depois de confrontos em que 48 agentes policiais e vários civis ficaram feridos. Dezessete carros que estavam no estacionamento da Escola de Nossa Senhora da Misericórdia - próxima a Escola Santa Cruz, que tem sido alvo de sérios confrontos - foram danificados hoje por homens que quebraram as portas e os pára-brisas dos automóveis. Pais de estudantes da escola afirmaram que seus filhos estavam histéricos e que deveriam ser levados para casa. Uma mãe, Marie Bradley, disse: "Será que vale a vida de uma criança trazê-la para a escola para ser educada?" Multidões rivais de manifestantes católicos e protestantes atacaram a polícia na quarta-feira à noite com bombas incendiárias e ácidos, além de tijolos, garrafas e artefatos de fogo. Vários veículos da polícia foram incendiados e destruídos. A violência começou mais cedo na quarta-feira, quando os pais foram buscar seus filhos da Escola Santa Cruz. A polícia afirmou que havia alvejado sete manifestantes com balas de plástico. Protestantes e católicos continuavam a culpar um ao outro pelos problemas no subúrbio de Ardoyne. A região é dividida entre as comunidades católica e protestante e fica no norte de Belfast. A Escola Santa Cruz ficou fechada enquanto os funcionários estavam reunidos. "A segurança das crianças é o primeiro aspecto a ser considerado e até que possamos trazê-las de volta para a escola com segurança, preciso levar isto em consideração", declarou o reverendo Aidan Troy, presidente do conselho da direção da escola. "No meu coração não tenho a intenção ou o desejo de fechar aquela escola, mas, da mesma forma, nenhuma criança pode ficar sob risco", afirmou. No último outono boreal, a Escola Santa Cruz foi alvo de meses de demonstrações por parte dos protestantes, que, diariamente, bloquearam as ruas e gritaram insultos para as estudantes católicas e os pais delas. Os protestos, que acabaram em novembro, forçaram a polícia a enviar centenas de agentes, com o apoio de soldados britânicos, para garantir a segurança das crianças todos os dias. Na quarta-feira, na Câmara dos Comuns em Londres, o secretário da Grã-Bretanha para a Irlanda do Norte, John Reid, chamou os manifestantes de "criminosos e hooligans", e declarou: "Para qualquer um que vá participar de protestos em Belfast esta noite eu diria que a população da Irlanda do Norte refuta a sua violência. Ela pertence ao passado."

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