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WikiLeaks: EUA temem por falta de segurança em laboratórios indianos

Terroristas poderiam facilmente ter acesso a material biológico e usá-lo em ataques

Atualização:

NOVA DÉLHI - As autoridades americanas temem que a falta de segurança nos laboratórios da Índia torne as instalações alvos de terroristas que buscam armas biológicas, informam documentos diplomáticos vazados nesta sexta-feira, 17, pelo site WikiLeaks e publicados pelo jornal birtânico The Guardian.

 

 

O documento, enviado da embaixada dos EUA em Nova Délhi em 2006, afirma que funcionários do governo indiano consideram as chances de um ataque terrorista com armas biológicas no país extremamente pequenas. Além disso, os sistemas de vigilância e de saúde pública do país estariam despreparados para um eventual ataque do tipo.

 

O maior problema, porém, seriam os riscos de que grupos terroristas poderiam se aproveitar da fragilidade da segurança dos laboratórios para roubar "bactérias, parasitas, vírus e toxinas" para atacar outros países, informa o documento.

 

"Terroristas planejando ataques em qualquer lugar do mundo poderiam usar a biotecnologia avançada da Índia e a comunidade de pesquisas biomédicas como potenciais agentes para seus planos. "Dada as conexões aéreas de Nova Délhi como resto do mundo e as vulnerabilidades que podem ser exploradas nos aeroportos, materiais como esses podem facilmente serem levados para fora do país", indica o cabo.

 

Um especialista citado no documento disse aos diplomatas americanos que "entrar em um laboratório e colher material biológico letal não é muito difícil" na Índia. Um outro especialista deu mais detalhes sobre os frágeis procedimentos de segurança desses locais. "A realidade é que você pode subornar um policial com um maço de cigarros para entrar", disse.

 

Os milhares de cientistas biológicos da Índia também seriam um problema, segundo o documento. "O recrutamento de cientistas indianos para extremistas antiamericanos, seja por motivos ideológicos ou financeiros, são uma ameaça significante", escreveram os diplomatas.

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O WikiLeaks começou a vazar no fim de novembro os mais de 250 mil documentos diplomáticos secretos obtidos pelo site, irritando Washington pelas revelações, que levaram à tona segredos e bastidores da política externa de Washington. A Casa Branca considerou o vazamento como "irresponsável".

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