PUBLICIDADE

Agência diz ter provas de ataques com gás clorino na Síria

Foto do author Redação
Por Redação
Atualização:

Inspetores da agência mundial supervisão de armas químicas encontraram “provas contundentes” de que o gás clorino foi usado “sistemática e repetidamente” como arma no norte da Síria este ano, segundo informaram em um comunicado nesta quarta-feira. Sediada em Haia, a Organização para a Proibição de Armas Químicas (Opaq) afirmou ter surgido “uma saraivada de novas alegações” de ataques com clorino em agosto depois de uma redução no relato de ataques desde maio. O presidente sírio, Bashar al-Assad, concordou em entregar 1.300 toneladas de armas químicas e desmantelar instalações de produção e armazenamento no ano passado, após firmar um acordo para evitar ataques aéreos dos Estados Unidos. O grosso dos agentes químicos foi destruído em um navio dos EUA e em instalações comerciais de processamento de lixo tóxico. Damasco ainda tem que destruir 12 hangares e instalações de armas subterrâneas e esclarecer uma série de discrepâncias na lista de munições venenosas que apresentou à Opaq. Mesmo enquanto parte das armas químicas estava sendo destruída no exterior, ataques com agentes químicos eram relatados em vilarejos sírios, o que levou a acusações de governos ocidentais de que Assad não deu informações sobre seu arsenal completo. A Síria concordou em destruir suas armas químicas um ano atrás, na esteira da revolta mundial contra um ataque com gás sarin em Ghouta, um subúrbio de Damasco, em agosto de 2013, que matou centenas de pessoas e foi o pior do tipo em um quarto de século. O governo e os rebeldes que querem depor Assad culparam uns aos outros pelo ataque. As potências ocidentais culpam Assad, e a Rússia afirma que os rebeldes provavelmente foram os responsáveis. A equipe da Opaq declarou ter concluído “com alto grau de confiança que o clorino, seja puro ou misturado, é o agente químico tóxico em questão” nos ataques recentes. Embora o clorino não seja uma substância proibida, seu uso como arma química está proibido, segundo a Convenção de Armas Químicas de 1997, à qual a Síria aderiu um ano atrás, completado esta semana. O clorino foi empregado em ataques nos vilarejos de Talmanes, Al Tamanah e Kafr Zeta, todos no norte do país, afirma o relatório da entidade. Depois de ser atacada enquanto realizava seu trabalho de campo na Síria, onde a guerra civil já matou mais de 191 mil pessoas, a equipe baseou sua pesquisa em dezenas de entrevistas com vítimas, médicos e testemunhas, e também utilizou vídeos, registros médicos e outras provas. O relatório, porém, não indica que lado do conflito usou as armas químicas. (Por Thomas Escritt)

Tudo Sobre
Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.